segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Dilma vence em todos os municípios do Sertão governados por prefeitos do PSDB


Dilma venceu em todos os municípios do Sertão governados pelo PSDB (foto: Divulgação)
A presidenta reeleita Dilma Roussef (PT) foi a mais votada em todos os seis municípios sertanejos governados por prefeitos do PSDB, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No resultado geral em Alagoas, cujo governador Teotonio Vilela também é filiado ao PSDB, Dilma teve 62,12% dos votos, contra 37,88% dos votos dados a Aécio Neves (PSDB).

Pão de Açúcar, São José da Tapera, Dois Riachos, Minador do Negrão, Olho D’Água do Casado e Senador Rui Palmeira são os municípios do Sertão de Alagoas cujos prefeitos, apesar de serem filiados ao mesmo partido do candidato Aécio Neves, não conseguiram dar ao tucano a maioria dos votos nas eleições realizadas neste domingo (26).

A maior derrota de Aécio Neves entre os municípios sertanejos com prefeitos tucanos, segundo o TSE, foi em Olho D’Água do Casado, onde ele teve apenas 8,25% dos votos, o que em números absolutos significa 375 votos. No mesmo município, a candidata Dilma Roussef recebeu 4.170 votos, o que equivale a 91,75% do total.

Já em Dois Riachos, a derrota de Aécio Neves foi pelo menor percentual entre os municípios sertanejos governados por prefeitos tucanos: 22,39% (1.242 votos) contra 77,61% (4.306 votos) dados a Dilma Roussef.

Em Pão de Açúcar, Dilma recebeu 79,66% dos votos, contra 20,34% destinados a Aécio. Em São José da Tapera, a presidenta reeleita teve 83,30%, contra 16,70% de Aécio. Em Minador do Negrão, ela recebeu 78,67%, contra 21,33% do tucano. E em Senador Rui Palmeira, ela venceu com 83,50%, contra 16,50% dados a Aécio Neves.

Eleições revelam perda de influência de Antônio Albuquerque em Monteirópolis

As últimas quatro eleições revelam que o deputado estadual Antônio Albuquerque vem perdendo prestígio em Monteirópolis. De candidato mais votado em 2002, ele passou para sexto colocado em 2014.

Nas últimas eleições, realizadas em 5 de outubro, o parlamentar teve apenas 184 votos, contra 799 do deputado Olavo Calheiros, que foi o primeiro colocado na disputa pelos votos dos monteiropolitanos. O segundo colocado foi Inácio Loiola, com 741 votos, seguido pelo estreante Jairzinho Lira, com 385 votos, Luiz Dantas, com 384, e Severino Pessoa, em quinto lugar, com 262 votos.

Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nas eleições de 2002, quando o deputado Antônio Albuquerque tinha o apoio da então prefeita Leonor Monteiro, a votação dele foi de 1.240 votos. De lá para cá, quando ela deixou de ser prefeita, a votação do parlamentar em Monteirópolis vem em queda livre. Os números do TSE mostram que ele recebeu 825 votos em 2006, 211 em 2010 e 184 votos em 2014.

Apesar de ter conseguido renovar seu mandato na Assembleia Legislativa Estadual (ALE) por mais quatro anos, o parlamentar vem perdendo espaço em Monteirópolis tanto para nomes antigos na política local, como Luiz Dantas, Olavo Calheiros e Inácio Loiola, quanto para nomes novos, a exemplo do deputado eleito Jairzinho Lira.

O filho de Antônio Albuquerque, Nivaldo Albuquerque, que foi candidato a deputado federal este ano, também não se saiu muito bem em Monteirópolis: teve apenas 231 votos, perdendo para Marx Beltrão (1.012), Pedro Vilela (863) e Maurício Quintela (777).

O declínio da quantidade de votos de Antônio Albuquerque em Monteirópolis também é reflexo da perda de prestígio político de sua principal cabo eleitoral na cidade, a ex-prefeita Leonor Monteiro que, após encerrar o mandato de prefeita em 2004, não conseguiu se eleger vice-prefeita em 2012.
Deputado Antônio Albuquerque (foto: Divulgação/TRE)

domingo, 12 de outubro de 2014

Renan Filho foi o mais votado nos 3 municípios com menor índice de analfabetismo do Sertão


Biu e Renan foram campeões de votos no Sertão
Os números da eleição para governador, realizada no último dia 5 de outubro, ainda carecem de interpretação. Alguns deles se referem aos campeões de votos nos municípios com menor e com maior percentual de eleitores analfabetos.

É o caso do candidato vitorioso e agora governador eleito Renan Filho que, por pura coincidência (ou não), foi campeão de votos nos três municípios do Sertão com menor índice de analfabetismo entre os eleitores. São eles: Ouro Branco, com apenas 9,43% de eleitores analfabetos, Santana do Ipanema, com 10,18%, e Delmiro Gouveia, com 10,25%.

Um levantamento feito pelo portal Minuto Sertão com base nos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostra que, em Ouro Branco, Renan obteve 3.770 votos, contra 1.077 de Biu de Lira; em Santana do Ipanema, recebeu 11.862 votos, contra 6.243 dados a Biu de Lira; e em Delmiro Gouveia, Renan teve 12.522 votos, contra 8.304 dados ao candidato Biu.

Por outro lado, também por coincidência (ou não), Biu de Lira foi campeão de votos nos três municípios com maior percentual de eleitores analfabetos. São eles: Pariconha, com 30,41% de eleitores analfabetos, Água Branca, com 29,91% do eleitorado que não sabe ler nem escrever, e Monteirópolis, que é o terceiro colocado no ranking de analfabetismo, com 29,45%.

Ficou assim a votação dos dois candidatos nesses três municípios: em Pariconha, Biu teve 2.720 votos contra 2.237 de Renan Filho; em Água Branca, Biu recebeu 4.653 contra 4.191 de Renan; em Monteirópolis, Biu teve 1.710 contra 1.608 de Renan.

O apoio do prefeito não foi decisivo em todos os municípios para dar a maioria dos votos a um ou a outro candidato. Prova disso é que, em Água Branca, onde o poder local apoiou Renan Filho, Biu de Lira foi o mais votado. Em Monteirópolis, onde o prefeito apoiou Renan, Biu foi mais votado.

Mas o certo é que, a partir de janeiro de 2015, caberá ao novo governador ajudar todos os municípios – onde ele teve maioria e onde teve minoria dos votos – a erradicar o analfabetismo, garantir melhores condições de trabalho para os professores e de permanência das crianças e jovens na escola.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Creche guarda livros espalhados pelo chão em Monteirópolis


Porta danificada mostrava livros espalhados pelo chão da creche (foto: Diego Barros)
A Creche Escola Frei Damião, em Monteirópolis, estava com livros espalhados pelo chão, conforme a reportagem flagrou neste domingo (5), por meio de uma abertura na porta da frente. A situação vai de encontro às recomendações do Projeto Ministério Público pela Educação (MPEduc), que pretende garantir melhorias para a educação do município, considerada uma das piores do Sertão de Alagoas, segundo dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

Apesar da placa com o nome da Creche, o local não recebe mais crianças. Elas foram transferidas, em maio deste ano, para a Creche Escola Alzira de Mendonça Medeiros, que esteve fechada por dois anos após a inauguração.

Mas a reportagem apurou que o local da Creche Escola Frei Damião, que pertence à Prefeitura, ainda é usado como órgão público. Pelas imagens, é possível ver que os livros espalhados no chão têm como título Linguagens de Matemática 2, da Editora Saraiva.

A reportagem tentou contato, por telefone, com a secretária de Educação do município e com a Prefeitura para comentar o assunto ou explicar o porquê dos livros estarem no chão e a porta da creche danificada, mas as ligações não foram atendidas.

Ministério Público já flagrou livros no chão

Após uma audiência pública do MPEduc, realizada em 22 de maio deste ano no município de Olho D’água das Flores para discutir a educação de Monteirópolis, os procuradores da República Eduardo El-Hage e Antônio Cadete fizeram inspeções em duas escolas públicas da zona rural de Monteirópolis.

Em uma delas, foram encontrados livros didáticos enviados pelo Ministério da Educação em 2013 jogados ao chão e já estragados pelo contato com a água. Na mesma escola, constataram uma situação extremamente precária, com salas de aula sem a mínima condição de uso, infestadas de fezes de pássaros, cujos ninhos ficavam no teto.

Já em outra escola, em que pese a estrutura também ser modesta, foi constatada uma situação bem distinta. Como o teto que fora recém-substituído por material de PVC, documentos devidamente organizados, controle de frequência e adequado acondicionamento de merenda.

Notas baixas no Ideb

Desde que o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) foi criado, em 2005, o município de Monteirópolis nunca atingiu as metas estipuladas pelo Ministério da Educação (MEC) para o 9º ano da rede municipal. Os números divulgados pelo MEC, no início de setembro, revelam também que a situação de Monteirópolis é a mesma que a dos municípios de Estrela de Alagoas, Minador do Negrão, Poço das Trincheiras e Senador Rui Palmeira, todos no Sertão, que também nunca atingiram as metas para o 9º ano da rede municipal.

Os dados do Ideb revelam que, entre 2005 e 2011, a educação em Monteirópolis piorou. Uma leve melhora foi registrada em 2013, mas ainda insuficiente para atingir a meta do MEC. Em 2005, quando ainda não havia meta estipulada, Monteirópolis teve pontuação 2,5; em 2007, teve nota 2,2 (a meta era 2,6); em 2009, obteve nota 2,0 (a meta era 2,7); em 2011, teve nota 1,6, a pior do histórico (a meta era 3,0); em 2013, a nota voltou a subir, foi 2,5 (a meta era 3,4).
Flagrante de porta danificada e livros no chão foi feito no dia 5 de outubro (foto: Diego Barros)

Local não recebe crianças, mas ainda é usado como órgão público (foto: Diego Barros)

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Doações para campanha de Collor somam R$ 831 mil; para Heloísa somam R$ 50 mil


Collor e Heloísa lideram pesquisas de intenção de voto para o Senado (foto: Divulgação)
A eleição é decidida pelo voto dos eleitores, mas o montante de dinheiro arrecado para cobrir os custos da campanha também contribui diretamente para o resultado que se aproxima, segundo mostram as pesquisas eleitorais para o Senado em Alagoas.

De acordo com as últimas pesquisas, o senador Fernando Collor (PTB), candidato à reeleição, tem mais de 40% das intenções de voto, enquanto a segunda colocada, a candidata Heloísa Helena (PSOL), tem cerca de 25%. O terceiro colocado nas intenções de voto, Omar Coelho (DEM), segue com cerca de 6%.

Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o candidato Fernando Collor já arrecadou em doações para sua campanha R$ 831.873,21, valor que é 16 vezes maior que o arrecadado pela candidata Heloísa Helena, cujas doações recebidas somam apenas R$ 50.749,99. O portal do TSE mostra ainda que o menor valor doado para a campanha de Collor foi R$ 1.130,00, enquanto para Heloísa foi R$ 200,00.

Por outro lado, o candidato Omar Coelho, terceiro lugar nas pesquisas, arrecadou R$ 254.432,00, valor cinco vezes maior que o total da candidata Heloísa Helena.

Na opinião do analista político Ronaldo Targino, a arrecadação de doações durante a campanha ajuda a desenvolver um programa de marketing de alto nível, como tem feito o candidato Fernando Collor, que possui grande rejeição entre os eleitores mais escolarizados.

“A campanha de Omar também tem seus méritos no marketing, no guia bem gravado, distribuição de material e até mesmo de funcionários. Não decolou pela falta de expressão do candidato mesmo, o que prova que para Heloisa faltou apenas esse apoio, pois os bastidores políticos sabem que a diferença real dela para Collor nunca ultrapassou 10%, mesmo com toda a desigualdade da disputa na parte financeira e tempo de TV”, explicou Ronaldo.