terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Prefeitura informa que pagou R$ 285 mil por atrações artísticas do Festival de Inverno

No mesmo dia em que o Governo do Estado publicou o decreto de situação de emergência por conta da seca em 36 municípios, entre eles Água Branca, a Prefeitura publicou no Diário Oficial a informação de que pagou R$ 285 mil pelas apresentações artísticas do 11º Festival de Inverno, realizado de 1 a 3 de agosto deste ano. As informações estão no Diário Oficial desta terça-feira (16), nas páginas 15 e 82.

O evento já está se tornando tradicional na cidade de Água Branca e ajuda a movimentar a economia local em seus três dias de atrações. É também uma oportunidade de diversão para moradores e visitantes de toda a região.

Agora, com a publicação do decreto que reconhece a situação de emergência por conta da seca, a população de Água Branca precisa do apoio estadual e local para conviver com a falta de água e suas consequências, principalmente no meio rural.

Segundo o decreto, a situação de emergência vai durar 180 dias e foi motivada porque a redução das precipitações pluviométricas continua assolando os municípios do semiárido alagoano. Também porque a má distribuição pluviométrica na região provoca queda intensificada das reservas hídricas de superfície e há impactos decorrentes das perdas significativas na agricultura e agropecuária da região.

Com isso, de acordo com o decreto, os agricultores e produtores rurais passam por dificuldades em seu abastecimento de água para consumo humano e animal. Como diz o próprio lema da cidade, disponível na página oficial da Prefeitura na internet, “Água é Vida”.
Município de Água Branca está em situação de emergência por conta da seca

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Ônibus escolar de Dois Riachos é usado para passeio ao rio São Francisco no domingo

Um ônibus escolar do município de Dois Riachos foi flagrado pela reportagem do Minuto Sertão estacionado às margens do rio São Francisco, em Pão de Açúcar, na tarde do último domingo (7). O local é muito usado por moradores e visitantes como área de lazer para banhos no rio.

Segundo a resolução nº 45, de 20 de novembro de 2013, do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, por meio de seu Conselho Deliberativo, o ônibus escolar do programa Caminho da Escola deve ser usado “no transporte dos estudantes matriculados nas escolas das redes públicas de ensino básico e instituições de educação superior, nos trajetos necessários para garantir, prioritariamente, o acesso diário e a permanência dos estudantes da zona rural às escolas da rede pública de ensino básico”.

A resolução fala ainda, em seu artigo 3º, que o ônibus pode ser utilizado para “garantir o acesso dos estudantes nas atividades pedagógicas, esportivas, culturais ou de lazer previstas no plano pedagógico e realizadas fora do estabelecimento de ensino”.

No entanto, para esta segunda situação – que poderia justificar o uso do ônibus num domingo à tarde para visita a uma praia do rio São Francisco –, a resolução diz que o condutor do veículo deve estar de posse de uma autorização assinada pelo prefeito ou secretário de Educação e de uma lista com o nome dos estudantes envolvidos na atividade.

A reportagem não conseguiu contato com a Prefeitura de Dois Riachos para saber se o uso do veículo ocorreu para fins pedagógicos.

O que diz o MPF

Ouvida pela reportagem, a procuradora da República Niedja Kaspary, do Ministério Público Federal (MPF), informou que, se for comprovado o uso indevido do ônibus escolar, os gestores podem responder a uma ação de improbidade administrativa. “É lamentável que isso aconteça. Se ficar comprovado o desvio de finalidade, os gestores também podem ser obrigados a ressarcir o erário. O FNDE deixa claro quais são as finalidades do veículo escolar”, ressaltou.

Segundo a procuradora, qualquer cidadão que presencie pode denunciar esse tipo de situação. Basta acessar o site do MPF para fazer o relato. O endereço eletrônico para denúncias pode ser acessado pelo link: http://bit.ly/1GbkqdF.
Ônibus estava em praia do rio São Francisco, em Pão de Açúcar (foto: Diego Barros)

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

“Legislativo atuou com independência”, afirma presidente da Câmara de Vereadores

Após a eleição para a nova mesa diretora da Câmara de Vereadores de Monteirópolis, realizada na sexta-feira passada, dia 21, o presidente que deixa o cargo em 31 de dezembro, vereador Adeildo Inácio Medeiros (DEM), afirmou, em entrevista ao Minuto Sertão, que durante sua gestão o “Legislativo atuou com total independência”. Segundo ele, as decisões foram tomadas a partir do entendimento entre os próprios vereadores e sem interferência do poder Executivo.

Para o atual presidente da Câmara, a maior polêmica de sua gestão foi a denúncia feita pelo Legislativo ao Ministério Público Estadual a respeito da gestão da previdência pela Prefeitura. A denúncia resultou na abertura de um inquérito civil, que continua em andamento, para investigar o poder Executivo municipal.

Quando perguntado sobre qual será o maior desafio do próximo presidente da Câmara, ele citou que será apreciar e colocar em votação proposta encaminhada pelo prefeito para o parcelamento do débito que o Executivo tem com o Instituto de Aposentadoria, Previdência e Pensões (Iapren).

“O débito não é apenas da gestão atual, mas encaminhamos a proposta ao Ministério Público, para que ele dê um parecer sobre o assunto”, informou o vereador Adeildo Medeiros. O referido débito surgiu e foi aumentando porque a Prefeitura não estava repassando a parte que lhe competia para as contas do Iapren. No futuro, esse dinheiro será usado para garantir a aposentadoria dos servidores.

Sobre seu futuro político, o vereador Adeildo Medeiros, que está no segundo mandato, confirmou que seu nome estará à disposição do partido e da sociedade em 2016 para uma possível disputa pelo cargo de prefeito de Monteirópolis. “Mas essa é uma decisão que não depende apenas de mim e ainda será melhor avaliada no futuro”, concluiu.

A eleição para presidente da Câmara contou com a participação de sete dos nove vereadores e teve chapa única. Para dirigir o Legislativo municipal no período 2015-2016, foi eleito presidente o vereador Zé Ivan (PDT), que terá como vice-presidente José Iliônio (PSDB), primeiro-secretário Patrício Vilela (PSDB) e segunda-secretária Daniele Monteiro (PRB).
Vereador Adeildo Medeiros conclui mandato de presidente da Câmara em 31 de dezembro (foto: Colaboração/Arquivo Pessoal)

domingo, 23 de novembro de 2014

Apesar de crise, municípios recebem mais dinheiro do FPM em 2014 do que em 2013

Apesar da crise financeira que atinge os municípios alagoanos, principalmente os menores e que dependem quase que exclusivamente dos repasses feitos pelo governo federal para pagar fornecedores e o salário do funcionalismo, o Portal da Transparência mostra que alguns deles já receberam mais recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) nos primeiros nove meses de 2014 do que no mesmo período de 2013.

Em Alagoas, alguns gestores alegam que, devido à crise, estão com dificuldades para fazer o pagamento de fornecedores e de salários. Outros estão cancelando festividades tidas como tradicionais.

O aumento nos repasses do FPM tem sido a principal bandeira de mobilização dos prefeitos em Brasília, que aguardam a aprovação da PEC 426/2014. Com isso, os municípios teriam um aumento de 1% nos repasses, que seriam divididos em 0,5% em julho de 2015 e 0,5% em julho de 2016.

Por outro lado, os dados do Portal da Transparência mostram que cinco municípios pesquisados pela reportagem receberam mais dinheiro do FPM nos primeiros nove meses deste ano do que no mesmo período do ano passado.

É o caso de Monteirópolis, Jacaré dos Homens, Inhapi, Pão de Açúcar e Delmiro Gouveia, todos no Sertão. Monteirópolis recebeu R$ 3.921.689,99 nos primeiros nove meses de 2013, enquanto em 2014 recebeu R$ 4.192.601,04. Os mesmos valores foram recebidos pelo município vizinho, Jacaré dos Homens.

Já o município de Inhapi, no alto Sertão, recebeu do FPM, entre janeiro e setembro de 2013, R$ 7.843.379,88. No mesmo período deste ano, recebeu R$ 8.385.201,83. O município vizinho, Delmiro Gouveia, recebeu em 2013 R$ 13.072.299,70, já em 2014 recebeu R$ 15.372.869,82. Pão de Açúcar recebeu do FPM, nos primeiros nove meses de 2013, R$ 7.843.379,88, enquanto no mesmo período de 2014 recebeu R$ 9.782.735,38.
Valor repassado pelo FPM em 2014 foi maior que em 2013 (foto: Internet)

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Dentro dos ônibus: ambulantes vendem bugigangas, lanches e até bebida alcoólica


Apesar de ilegal, comércio dentro dos ônibus se tornou comum (foto: Diego Barros)

A cena já se tornou comum para os passageiros de ônibus em Maceió: diversos vendedores ambulantes, alguns adolescentes e até crianças, sobem nos coletivos pela porta traseira para anunciar seus produtos. Eles vendem bugigangas em geral, como chaveiros, canetas e CDs, lanches e até bebida alcoólica. Tudo isso com a permissão de motoristas e cobradores.

Neste sábado (8), enquanto eu estava em um desses coletivos passando pelo bairro de Ponta Verde, um jovem subiu pela porta traseira – portanto, sem pagar a passagem – foi até o cobrador, ofereceu a ele e ao motorista um refrigerante pelo valor de R$ 2,00 e depois anunciou seus produtos, que estavam numa pequena caixa de isopor: refrigerante por R$ 2,50 e cervejas de duas marcas pelo mesmo valor.

Os funcionários da empresa de ônibus Piedade não quiseram comprar o refrigerante, mas foram informados pelo jovem sobre os produtos que ele iria anunciar em seguida. Vale destacar, aqui, que apesar de ter o consumo permitido, a cerveja é considerada uma droga (lícita, é verdade), estava sendo vendida num local completamente inadequado e, o pior, numa abordagem da qual os passageiros não podiam “fugir”. Era ouvir ou ouvir a propaganda do rapaz.

O mesmo acontece quando outras pessoas sobem para anunciar outros produtos. Algumas delas, repito, ainda crianças, que provavelmente estão sendo exploradas por alguém que não aparece na situação.

Comércio dentro dos ônibus é ilegal

A Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) informou, por meio de sua assessoria de comunicação, que a venda de bebida alcoólica e de qualquer mercadoria é proibida dentro dos ônibus coletivos, assim como também a entrada de pedintes.

“No decreto 5.669/97, publicado no Diário Oficial do Município (DOM) em 19 de junho de 1997, o Artigo 54, inciso XI do Regulamento de Transporte, diz que o motorista tem que solicitar a identificação dos usuários que embarquem pela porta dianteira. Já o Artigo 55, inciso IV, fala que o cobrador deve colaborar com o motorista para garantir a comodidade e a segurança dos passageiros”, diz a nota enviada ao Blog pela SMTT.

O Blog quis saber também a quem compete fiscalizar os ônibus para que esse tipo de situação não aconteça. “A fiscalização é da SMTT em conjunto com as empresas de ônibus. Como não ha a possibilidade de se colocar um fiscal de transporte em cada ônibus, e pelo que trata o próprio regulamento supracitado, deve, o motorista, solicitar a identificação de quem entra pela frente e o cobrador ajudar pela comodidade e a segurança dos passageiros. Tanto um como outro podem proibir a entrada de pedintes, vendedores...Mas, observa-se por parte deles, um apelo social pela falta de emprego existente, o que leva estas pessoas a tentar conseguir alguma ajuda dentro dos coletivos”, finalizou a nota da SMTT.

Como motoristas e cobradores são coniventes com esse tipo de situação e a SMTT não tem como fiscalizar todos os veículos, cabe aos passageiros ouvir todas as propagandas de venda de produtos, pregações ou pedidos dentro dos ônibus, mesmo quando essas situações envolvem crianças e adolescentes em situação de exploração.
Sem fiscalização, crianças são usadas para vender mercadorias e lanches dentro dos ônibus (foto: Diego Barros)

Quando não estão vendendo mercadorias, estão pedindo dinheiro aos passageiros (foto: Diego Barros)

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Deputados federais eleitos arrecadam quase R$ 11 milhões para campanhas

Os valores arrecadados pelos nove deputados federais eleitos por Alagoas nas eleições do dia 5 de outubro somam, em doações para suas campanhas, R$ 10.951.187,80 (dez milhões, novecentos e cinquenta e um mil, cento e oitenta e sete reais e oitenta centavos), segundo dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Entre eles, seis receberam doações da empresa Brasken S.A. São eles: João Henrique Caldas (SDD), Marx Beltrão (PMDB), Pedro Vilela (PSDB), Ronaldo Lessa (PDT), Givaldo Carimbão (PROS) e Paulão (PT). Cada um recebeu a doação no valor de R$ 30 mil. Os três que não foram contemplados com doações da Brasken: Arthur Lira (PP), Maurício Quintella (PR) e Cícero Almeida (PRTB).

Os dados do TSE mostram também que a campanha mais cara foi a do deputado reeleito Maurício Quintella. Ele arrecadou mais de dois milhões de reais (R$ 2.281.353,44, para ser exato). A campanha que menos arrecadou, por outro lado, foi a do deputado Paulão, com um total de R$ 325.900,00 (2ª parcial no site do TSE).

Apesar de ter arrecadado o maior valor para a campanha, o candidato Maurício Quintella foi apenas o 7º mais votado entre os nove parlamentares, com 76.706 votos. Já Paulão foi o 9º mais votado entre os eleitos, com 53.284 votos.

O candidato João Henrique Caldas, que arrecadou 2,9 vezes menos que Maurício Quintella, foi o mais votado entre os nove parlamentares eleitos. Ele recebeu 135.929 votos e a campanha somou R$ 763.500,00 em arrecadação.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Dilma vence em todos os municípios do Sertão governados por prefeitos do PSDB


Dilma venceu em todos os municípios do Sertão governados pelo PSDB (foto: Divulgação)
A presidenta reeleita Dilma Roussef (PT) foi a mais votada em todos os seis municípios sertanejos governados por prefeitos do PSDB, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No resultado geral em Alagoas, cujo governador Teotonio Vilela também é filiado ao PSDB, Dilma teve 62,12% dos votos, contra 37,88% dos votos dados a Aécio Neves (PSDB).

Pão de Açúcar, São José da Tapera, Dois Riachos, Minador do Negrão, Olho D’Água do Casado e Senador Rui Palmeira são os municípios do Sertão de Alagoas cujos prefeitos, apesar de serem filiados ao mesmo partido do candidato Aécio Neves, não conseguiram dar ao tucano a maioria dos votos nas eleições realizadas neste domingo (26).

A maior derrota de Aécio Neves entre os municípios sertanejos com prefeitos tucanos, segundo o TSE, foi em Olho D’Água do Casado, onde ele teve apenas 8,25% dos votos, o que em números absolutos significa 375 votos. No mesmo município, a candidata Dilma Roussef recebeu 4.170 votos, o que equivale a 91,75% do total.

Já em Dois Riachos, a derrota de Aécio Neves foi pelo menor percentual entre os municípios sertanejos governados por prefeitos tucanos: 22,39% (1.242 votos) contra 77,61% (4.306 votos) dados a Dilma Roussef.

Em Pão de Açúcar, Dilma recebeu 79,66% dos votos, contra 20,34% destinados a Aécio. Em São José da Tapera, a presidenta reeleita teve 83,30%, contra 16,70% de Aécio. Em Minador do Negrão, ela recebeu 78,67%, contra 21,33% do tucano. E em Senador Rui Palmeira, ela venceu com 83,50%, contra 16,50% dados a Aécio Neves.

Eleições revelam perda de influência de Antônio Albuquerque em Monteirópolis

As últimas quatro eleições revelam que o deputado estadual Antônio Albuquerque vem perdendo prestígio em Monteirópolis. De candidato mais votado em 2002, ele passou para sexto colocado em 2014.

Nas últimas eleições, realizadas em 5 de outubro, o parlamentar teve apenas 184 votos, contra 799 do deputado Olavo Calheiros, que foi o primeiro colocado na disputa pelos votos dos monteiropolitanos. O segundo colocado foi Inácio Loiola, com 741 votos, seguido pelo estreante Jairzinho Lira, com 385 votos, Luiz Dantas, com 384, e Severino Pessoa, em quinto lugar, com 262 votos.

Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nas eleições de 2002, quando o deputado Antônio Albuquerque tinha o apoio da então prefeita Leonor Monteiro, a votação dele foi de 1.240 votos. De lá para cá, quando ela deixou de ser prefeita, a votação do parlamentar em Monteirópolis vem em queda livre. Os números do TSE mostram que ele recebeu 825 votos em 2006, 211 em 2010 e 184 votos em 2014.

Apesar de ter conseguido renovar seu mandato na Assembleia Legislativa Estadual (ALE) por mais quatro anos, o parlamentar vem perdendo espaço em Monteirópolis tanto para nomes antigos na política local, como Luiz Dantas, Olavo Calheiros e Inácio Loiola, quanto para nomes novos, a exemplo do deputado eleito Jairzinho Lira.

O filho de Antônio Albuquerque, Nivaldo Albuquerque, que foi candidato a deputado federal este ano, também não se saiu muito bem em Monteirópolis: teve apenas 231 votos, perdendo para Marx Beltrão (1.012), Pedro Vilela (863) e Maurício Quintela (777).

O declínio da quantidade de votos de Antônio Albuquerque em Monteirópolis também é reflexo da perda de prestígio político de sua principal cabo eleitoral na cidade, a ex-prefeita Leonor Monteiro que, após encerrar o mandato de prefeita em 2004, não conseguiu se eleger vice-prefeita em 2012.
Deputado Antônio Albuquerque (foto: Divulgação/TRE)

domingo, 12 de outubro de 2014

Renan Filho foi o mais votado nos 3 municípios com menor índice de analfabetismo do Sertão


Biu e Renan foram campeões de votos no Sertão
Os números da eleição para governador, realizada no último dia 5 de outubro, ainda carecem de interpretação. Alguns deles se referem aos campeões de votos nos municípios com menor e com maior percentual de eleitores analfabetos.

É o caso do candidato vitorioso e agora governador eleito Renan Filho que, por pura coincidência (ou não), foi campeão de votos nos três municípios do Sertão com menor índice de analfabetismo entre os eleitores. São eles: Ouro Branco, com apenas 9,43% de eleitores analfabetos, Santana do Ipanema, com 10,18%, e Delmiro Gouveia, com 10,25%.

Um levantamento feito pelo portal Minuto Sertão com base nos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostra que, em Ouro Branco, Renan obteve 3.770 votos, contra 1.077 de Biu de Lira; em Santana do Ipanema, recebeu 11.862 votos, contra 6.243 dados a Biu de Lira; e em Delmiro Gouveia, Renan teve 12.522 votos, contra 8.304 dados ao candidato Biu.

Por outro lado, também por coincidência (ou não), Biu de Lira foi campeão de votos nos três municípios com maior percentual de eleitores analfabetos. São eles: Pariconha, com 30,41% de eleitores analfabetos, Água Branca, com 29,91% do eleitorado que não sabe ler nem escrever, e Monteirópolis, que é o terceiro colocado no ranking de analfabetismo, com 29,45%.

Ficou assim a votação dos dois candidatos nesses três municípios: em Pariconha, Biu teve 2.720 votos contra 2.237 de Renan Filho; em Água Branca, Biu recebeu 4.653 contra 4.191 de Renan; em Monteirópolis, Biu teve 1.710 contra 1.608 de Renan.

O apoio do prefeito não foi decisivo em todos os municípios para dar a maioria dos votos a um ou a outro candidato. Prova disso é que, em Água Branca, onde o poder local apoiou Renan Filho, Biu de Lira foi o mais votado. Em Monteirópolis, onde o prefeito apoiou Renan, Biu foi mais votado.

Mas o certo é que, a partir de janeiro de 2015, caberá ao novo governador ajudar todos os municípios – onde ele teve maioria e onde teve minoria dos votos – a erradicar o analfabetismo, garantir melhores condições de trabalho para os professores e de permanência das crianças e jovens na escola.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Creche guarda livros espalhados pelo chão em Monteirópolis


Porta danificada mostrava livros espalhados pelo chão da creche (foto: Diego Barros)
A Creche Escola Frei Damião, em Monteirópolis, estava com livros espalhados pelo chão, conforme a reportagem flagrou neste domingo (5), por meio de uma abertura na porta da frente. A situação vai de encontro às recomendações do Projeto Ministério Público pela Educação (MPEduc), que pretende garantir melhorias para a educação do município, considerada uma das piores do Sertão de Alagoas, segundo dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

Apesar da placa com o nome da Creche, o local não recebe mais crianças. Elas foram transferidas, em maio deste ano, para a Creche Escola Alzira de Mendonça Medeiros, que esteve fechada por dois anos após a inauguração.

Mas a reportagem apurou que o local da Creche Escola Frei Damião, que pertence à Prefeitura, ainda é usado como órgão público. Pelas imagens, é possível ver que os livros espalhados no chão têm como título Linguagens de Matemática 2, da Editora Saraiva.

A reportagem tentou contato, por telefone, com a secretária de Educação do município e com a Prefeitura para comentar o assunto ou explicar o porquê dos livros estarem no chão e a porta da creche danificada, mas as ligações não foram atendidas.

Ministério Público já flagrou livros no chão

Após uma audiência pública do MPEduc, realizada em 22 de maio deste ano no município de Olho D’água das Flores para discutir a educação de Monteirópolis, os procuradores da República Eduardo El-Hage e Antônio Cadete fizeram inspeções em duas escolas públicas da zona rural de Monteirópolis.

Em uma delas, foram encontrados livros didáticos enviados pelo Ministério da Educação em 2013 jogados ao chão e já estragados pelo contato com a água. Na mesma escola, constataram uma situação extremamente precária, com salas de aula sem a mínima condição de uso, infestadas de fezes de pássaros, cujos ninhos ficavam no teto.

Já em outra escola, em que pese a estrutura também ser modesta, foi constatada uma situação bem distinta. Como o teto que fora recém-substituído por material de PVC, documentos devidamente organizados, controle de frequência e adequado acondicionamento de merenda.

Notas baixas no Ideb

Desde que o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) foi criado, em 2005, o município de Monteirópolis nunca atingiu as metas estipuladas pelo Ministério da Educação (MEC) para o 9º ano da rede municipal. Os números divulgados pelo MEC, no início de setembro, revelam também que a situação de Monteirópolis é a mesma que a dos municípios de Estrela de Alagoas, Minador do Negrão, Poço das Trincheiras e Senador Rui Palmeira, todos no Sertão, que também nunca atingiram as metas para o 9º ano da rede municipal.

Os dados do Ideb revelam que, entre 2005 e 2011, a educação em Monteirópolis piorou. Uma leve melhora foi registrada em 2013, mas ainda insuficiente para atingir a meta do MEC. Em 2005, quando ainda não havia meta estipulada, Monteirópolis teve pontuação 2,5; em 2007, teve nota 2,2 (a meta era 2,6); em 2009, obteve nota 2,0 (a meta era 2,7); em 2011, teve nota 1,6, a pior do histórico (a meta era 3,0); em 2013, a nota voltou a subir, foi 2,5 (a meta era 3,4).
Flagrante de porta danificada e livros no chão foi feito no dia 5 de outubro (foto: Diego Barros)

Local não recebe crianças, mas ainda é usado como órgão público (foto: Diego Barros)

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Doações para campanha de Collor somam R$ 831 mil; para Heloísa somam R$ 50 mil


Collor e Heloísa lideram pesquisas de intenção de voto para o Senado (foto: Divulgação)
A eleição é decidida pelo voto dos eleitores, mas o montante de dinheiro arrecado para cobrir os custos da campanha também contribui diretamente para o resultado que se aproxima, segundo mostram as pesquisas eleitorais para o Senado em Alagoas.

De acordo com as últimas pesquisas, o senador Fernando Collor (PTB), candidato à reeleição, tem mais de 40% das intenções de voto, enquanto a segunda colocada, a candidata Heloísa Helena (PSOL), tem cerca de 25%. O terceiro colocado nas intenções de voto, Omar Coelho (DEM), segue com cerca de 6%.

Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o candidato Fernando Collor já arrecadou em doações para sua campanha R$ 831.873,21, valor que é 16 vezes maior que o arrecadado pela candidata Heloísa Helena, cujas doações recebidas somam apenas R$ 50.749,99. O portal do TSE mostra ainda que o menor valor doado para a campanha de Collor foi R$ 1.130,00, enquanto para Heloísa foi R$ 200,00.

Por outro lado, o candidato Omar Coelho, terceiro lugar nas pesquisas, arrecadou R$ 254.432,00, valor cinco vezes maior que o total da candidata Heloísa Helena.

Na opinião do analista político Ronaldo Targino, a arrecadação de doações durante a campanha ajuda a desenvolver um programa de marketing de alto nível, como tem feito o candidato Fernando Collor, que possui grande rejeição entre os eleitores mais escolarizados.

“A campanha de Omar também tem seus méritos no marketing, no guia bem gravado, distribuição de material e até mesmo de funcionários. Não decolou pela falta de expressão do candidato mesmo, o que prova que para Heloisa faltou apenas esse apoio, pois os bastidores políticos sabem que a diferença real dela para Collor nunca ultrapassou 10%, mesmo com toda a desigualdade da disputa na parte financeira e tempo de TV”, explicou Ronaldo.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Políticos provam que ideologia partidária não existe


Ideologia é substituída por interesses do momento (foto: Divulgação)
Alguns políticos alagoanos detentores de mandatos eletivos não seguem a recomendação dos próprios partidos nas eleições deste ano e apóiam os candidatos dos partidos adversários. A atitude, que não é desinteressada, prova que a ideologia partidária não existe – ou simplesmente fica reservada para “momentos oportunos”.


Entre os motivos que levam uma pessoa a se filiar a algum partido político está o conjunto de idéias que aquele determinado partido defende. Em outros casos, a filiação é baseada apenas na possibilidade que o partido oferece de se eleger para algum mandato.


Quando o partido lança um candidato, geralmente aquele candidato é escolha dos membros do partido ou da coligação. Em Alagoas, no entanto, o apoio a candidatos de partidos que estão em lados opostos se tornou “comum”.


É o caso, em Delmiro Gouveia, dos vereadores Henriqueta, do Democratas, e Quinho, do PP, que apóiam Renan Filho (PMDB) para governador. Além do PP ter candidato próprio ao governo – Benedito de Lira – o Democratas indicou o candidato ao Senado na chapa do Biu, Omar Coelho.


Em Maceió, o prefeito Rui Palmeira, filiado ao PSDB, apóia o candidato ao governo do Estado Benedito de Lira, do PP. O PSDB tem como candidato ao governo Júlio César. Quando o candidato do PSDB ao governo era Eduardo Tavares, ainda nos primeiros meses da campanha, o próprio Júlio César, que já era do PSDB, declarava apoio a Benedito de Lira.


Já o presidente da Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE), Fernando Toledo, também do PSDB, apóia Benedito de Lira, que tem como vice Alexandre Toledo, que é parente do presidente da ALE.


No interior do Estado, alguns prefeitos filiados ao PSDB apóiam para o governo o candidato Renan Filho, do PMDB. É o caso de Jarbas Ricardo, prefeito de São José da Tapera, e James Ribeiro, prefeito de Palmeira dos Índios.


A candidata ao Senado pelo PSOL, Heloísa Helena, tem muita afinidade com a candidata à Presidência Marina Silva, que é do PSB. Mas a candidata do PSOL à Presidência é Luciana Genro.

Para encerrar, apenas uma curiosidade: a candidata Luciana Genro é filha do governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, um dos fundadores do PT, que foi ministro do Governo Lula, é muito ligado a ele e à presidenta Dilma Roussef. Será que ele vota na filha ou na Dilma?

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Pariconha, Água Branca e Monteirópolis lideram ranking de eleitores analfabetos

Pariconha, no alto Sertão alagoano, lidera o ranking de municípios da região com o maior percentual de eleitores analfabetos, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O município tem 30,41% de analfabetismo entre as pessoas que deverão ir às urnas nas próximas eleições.

A liderança de Pariconha nessa área é ameaçada por Água Branca – município vizinho – que é o segundo no ranking de analfabetismo entre os votantes. Lá são 29,91% de eleitores que não sabem ler nem escrever. Em terceiro lugar, está Monteirópolis, com 29,45% de analfabetismo entre as pessoas acima de 16 anos de idade que deverão ir às urnas.

Já os municípios melhor colocados no índice de analfabetismo entre os eleitores, segundo o TSE, são Ouro Branco, com apenas 9,43%, Santana do Ipanema, com 10,18%, e Delmiro Gouveia, com 10,25%.

Por outro lado, do total de eleitores em Ouro Branco, 29,65% conseguem apenas ler e escrever, ou seja, podem ser considerados analfabetos funcionais. Em Santana do Ipanema, esse número é ainda maior: chega a 32,40% de eleitores analfabetos funcionais. Já em Delmiro Gouveia, o índice é de 20,31% dos que apenas conseguem ler e escrever.

Para o analista político Ronaldo Targino, o analfabetismo leva, entre outras coisas, à falta de conhecimento sobre as funções dos políticos quando eles são eleitos e à venda do voto.

“Essa é, para o sertanejo e mais ainda para os que são analfabetos, uma eleição de desconhecidos. Em geral eles não sabem quem são os candidatos nem qual função eles terão ao serem eleitos. Outro motivo é que o Sertão ainda tem poucos candidatos que representam a região. O voto ocorre pela indicação ou do prefeito ou dos vereadores, ainda de forma antiga, com o cadastro do eleitor, que vende seu voto”, avaliou o analista.

“A venda de voto ainda é comum no Sertão, e essa situação atinge principalmente os analfabetos, que não sabem nem querem saber quem são os candidatos. Alguns deles nem sabem que vender o voto, assim como comprar, é crime, apesar de todas as campanhas do TSE no rádio e na televisão sobre o assunto”, salientou Ronaldo Targino.

“Além da maior facilidade para serem influenciados ou ter o voto comprado, alguns analfabetos ainda têm mais chances de errar a digitação dos números na urna e, assim, anular o voto”, concluiu o analista.
Analfabetismo e compra de votos são comuns no Sertão de Alagoas (foto: Divulgação)

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Dos 9 deputados, apenas um se manifesta contra aumento de energia em Alagoas


Aumento na tarifa de energia atinge consumidores residenciais, comerciais e industriais (foto: Divulgação)
Desde que o reajuste de mais de 30% na tarifa de energia elétrica passou a valer em Alagoas, no dia 28 de agosto, apenas um dos nove deputados federais usou o plenário da Câmara, em Brasília, para defender os consumidores alagoanos. Foi o deputado Maurício Quintella Lessa (PR), na sessão do dia 3 de setembro.

Na oportunidade, ele disse que o aumento na conta de energia terá um impacto desastroso no Estado, não só para o consumidor residencial, mas para micro e pequenos empresários.

O deputado destacou também que Alagoas tem uma das piores distribuidoras e energia elétrica do país, que o aumento se deu, em grande parte, pela mudança da matriz energética e que o governo federal errou ao intervir na tarifa da energia.

Segundo ele, “os critérios para a composição de tarifa são objetivos, mas não se dão só pela questão do custo da energia, mas também pela administração da empresa”.

“Existem metas a ser cumpridas, como a satisfação do consumidor, a perda de energia. A Eletrobras é a empresa distribuidora que mais perde energia por conta de gatos, de roubos, da péssima qualidade da sua fiação, por falta de manutenção. Se a empresa não avançou em nenhum desses itens, como justificar o aumento de tarifa desse tamanho?”, questionou o deputado.

Ele destacou também que protocolou na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara proposta de fiscalização e controle para que o TCU audite não só a tarifa que a ANEEL autorizou para Alagoas, mas que audite as tarifas, os aumentos que foram concedidos para as outras distribuidoras: para o Piauí, para o Maranhão, para o Pará e para outros Estados brasileiros que estão nessa mesma situação.

O discurso do parlamentar está registrado no próprio endereço eletrônico da Câmara Federal, assim como os discursos dos outros deputados que usaram o plenário após o aumento da energia.

O que diz a Eletrobras

Segundo a Eletrobras Distribuição Alagoas, a influência do reajuste no valor das contas se dará de forma gradativa e proporcional aos dias de consumo a partir da data base iniciada em 26 de agosto (data da concessão do reajuste pela Aneel).

A empresa informa também que, para os consumidores residenciais, o aumento percebido será de 30,02%, enquanto para os consumidores com fornecimento em Média e Alta Tensão o reajuste será de 37,08%.

De acordo com a Eletrobras, a nova tarifa reflete o impacto da forte estiagem que provocou o aumento do custo da geração da energia, em função da necessidade de despacho de usinas térmicas a óleo e gás, e estará em vigor até agosto do próximo ano, quando novos cálculos serão realizados, podendo, inclusive, indicar redução da tarifa.

Dos 32,36% de reajuste médio, a parcela que cabe à Eletrobras Distribuição Alagoas, para cobrir seus custos com a distribuição e remunerar todos os investimentos realizados pela concessionária entre agosto de 2013 e agosto de 2014, é de somente 1,22%. O restante do aumento é destinado para a compra de energia, transmissão encargos e tributos.

Aqui, mais uma vez, fica a pergunta: por que o governo federal não reduz esses impostos para que o reajuste seja menor? Além disso, temos a Contribuição de Iluminação Pública, cujo valor pago fica com a Prefeitura. Como sempre, todos os custos são repassados para o lado mais fraco, que é o consumidor final.

sábado, 13 de setembro de 2014

Leitor envia relato sobre situação de Monteirópolis

Max Antonio Santos Vitorino, leitor deste Blog e que, assim como centenas de moradores, já deixou Monteirópolis para buscar melhores condições de vida fora da cidade, enviou o artigo abaixo, em que relata a situação atual do município, que ele acompanha a distância com informações de familiares que ainda vivem lá.

O lugar onde já vivi

Autor: Max Antonio Santos Vitorino

Monteirópolis, o melhor lugar para se viver? Socorro! Estou voltando a ser Guaribas. Monteirópolis é um município do Estado de Alagoas com cerca de 7 mil habitantes. Essa cidade está entre as piores cidades do Brasil para se viver, e a cada dia que passa está perdendo pessoas que deixam suas famílias, amigos e raízes para migrar para outros estados.

Isso vem acontecendo frequentemente graças aos governantes que elegemos e que, segundo eles, dizem fazer mudanças para a população carente, trazendo melhores condições de vida e dando um ótimo emprego para se ter uma vida digna.

O município vem se destacando na área da educação, com foco na péssima remuneração de professores, saúde, falta de investimento para se ter um médico de plantão na cidade e foco na farmácia do SUS, onde se vai buscar um remédio e quase nunca se tem e, quando tem, é o básico dos básicos. Vem apresentando também, nos últimos meses, polêmicas sobre a atual administração da nossa querida e tão amada cidade.

E eu os pergunto: cadê o crescimento e desenvolvimento da cidade? Vocês já pararam para pensar que Monteirópolis está voltando a ser aquela antiga cidadezinha bem, mas bem pacata do interior do interior que se tinha o nome de Guaribas? Acho que não né, mas essa é a dura e crua realidade, meus queridos.

Nunca na história de Monteirópolis se teve uma administração tão péssima igual à atual. Enfim, mesmo morando longe, em Rio do Sul (SC), jamais esquecerei da cidade que vivi toda uma vida e que, às vezes, vem em mente a vontade de um dia, depois de toda uma vida feita lá fora, voltar para família, mas como se viver em uma cidade que nem sequer existem o respeito e a obrigação de honrar com aquilo que é prometido de quatro em quatro anos nas portas de cada um? Até quando vamos fechar os olhos para tanto caos? você irá esperar que se termine um mandato para tenta mudar algo que se pode ser feito agora, hoje?

Então, o amanhã ele pode não vir, pode ser tarde demais e, até lá, o caos que se encontram a educação e a saúde pode ser algo bem difícil de se estabilizar. Gente, precisamos de uma educação de qualidade para que possamos ter ótimos profissionais dentro do nosso município. Se não pensarmos em cada um de nós, mas vamos pensar no futuro dessas crianças, pois muitos têm o sonho de ingressar em uma faculdade, se tornar um acadêmico e, para que isso aconteça, é necessário investimento, mas bastante investimento na área educacional.
Entrada de Monteirópolis, às margens da AL-220 (foto: Diego Barros)

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Ideb revela que educação de Monteirópolis é uma das piores do Sertão


Professores e técnicos realizaram protesto no final de agosto para garantir reajuste (foto: Colaboração/Fernando Silva)
Desde que o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) foi criado, em 2005, o município de Monteirópolis nunca atingiu as metas estipuladas pelo Ministério da Educação (MEC) para o 9º ano da rede municipal.

Os números foram divulgados pelo MEC, na última sexta-feira (5), e revelam também que a situação de Monteirópolis é a mesma que a dos municípios de Estrela de Alagoas, Minador do Negrão, Poço das Trincheiras e Senador Rui Palmeira, todos no Sertão, que também nunca atingiram as metas para o 9º ano da rede municipal.

Os dados do Ideb revelam que, entre 2005 e 2011, a educação em Monteirópolis piorou. Uma leve melhora foi registrada em 2013, mas ainda insuficiente para atingir a meta do MEC.

Em 2005, quando ainda não havia meta estipulada, Monteirópolis teve pontuação 2,5; em 2007, teve nota 2,2 (a meta era 2,6); em 2009, obteve nota 2,0 (a meta era 2,7); em 2011, teve nota 1,6, a pior do histórico (a meta era 3,0); em 2013, a nota voltou a subir, foi 2,5 (a meta era 3,4).

Avaliado a cada dois anos, o Ideb é importante por ser condutor de política pública em prol da qualidade da educação. É a ferramenta para acompanhamento das metas de qualidade do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) para a educação básica.

Quando os números do Ideb se referem às séries iniciais – até o 5 º ano do Ensino Fundamental da rede municipal – apenas em 2009 o município atingiu a meta estipulada, que era 2,8. Estrela de Alagoas, Minador do Negrão, Poço das Trincheiras e Senador Rui Palmeira também apresentam números um melhores para o 5 º ano.

Ouvida pela reportagem, a professora Betânia Alves da Silva, que faz parte do sindicato que representa os professores, o Sinteal, disse que a responsabilidade pelos números do Ideb deve ser compartilhada por todos. Segundo ela, enquanto alguns professores não têm amor pelo que fazem, a administração municipal ainda não dá a atenção necessária a algumas demandas da educação.

No último dia 28, professores e técnicos da área realizaram uma manifestação pelas ruas da cidade para cobrar um reajuste salarial de 8,32% que contemplasse toda a categoria, incluindo merendeiras, serviçais, vigilantes e motoristas.

Após uma semana de paralisação e escolas fechadas e uma série de negociações, o reajuste foi garantido para os professores, mas os técnicos ficaram com um aumento de 6,78%. O projeto foi aprovado pela Câmara de Vereadores na sessão da última sexta-feira (5) e ainda será implantado na folha salarial.

Indicadores chamam a atenção do Ministério Público

Os baixos indicadores da educação no município já haviam chamado a atenção do Ministério Público, que incluiu Monteirópolis no projeto Ministério Público Pela Educação (Mpeduc). Os promotores realizaram uma inspeção nas escolas da cidade no dia 28 de abril e, no dia 22 de maio, houve a primeira audiência pública.

Após o encontro, houve uma nova inspeção dos promotores a duas escolas da zona rural do município. Na primeira, constataram uma situação extremamente precária, com salas de aula sem a mínima condição de uso, infestadas de fezes de pássaros, cujos ninhos ficam no teto.

Na mesma escola, foi flagrado material didático acondicionado de forma inadequada, num depósito improvisado. Em meio a material supostamente utilizado para atividades de recorte, foram encontrados, no entanto, livros didáticos enviados pelo Ministério da Educação em 2013 jogados ao chão, e já estragados pelo contato com água.

Segundo material divulgado pela assessoria de comunicação do Ministério Público, naquela ocasião, em outra escola foi constatada uma situação bem distinta. Como o teto que fora recém-substituído por material de PVC, documentos devidamente organizados, controle de frequência e adequado acondicionamento de merenda.

"Para as escolas que ainda não se adequaram, expediremos recomendações para que a situação seja resolvida. Mas algumas situações não dependem de grandes recursos, nem de grandes serviços, é uma questão meramente de gestão dos recursos", explicou, na época, o procurador da República Eduardo El-Hage, que veio do Rio de Janeiro para apresentar à população de Monteirópolis o MPEduc.

Por telefone, nossa reportagem tentou contato com a assessoria de comunicação da Prefeitura de Monteirópolis para saber se algum gestor gostaria de comentar os números do Ideb, mas o telefone da assessoria estava desligado ou fora da área de cobertura.

domingo, 7 de setembro de 2014

Apenas 4 municípios do Sertão atingem metas do Ideb para 2013

Apenas quatro municípios do Sertão alagoano atingiram as metas do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) referentes à antiga 8ª série (9º ano) para o ano de 2013: Batalha, Carneiros, Pão de Açúcar e São José da Tapera. Todos os outros não conseguiram atingir a meta projetada pelo Ministério da Educação (MEC) para a rede municipal de ensino.

Os números foram divulgados pelo próprio MEC na última sexta-feira (5) e provam a necessidade de melhorias na educação básica não apenas do Sertão, mas de todo o estado.

Ficaram assim as notas obtidas pelos municípios do Sertão: Batalha obteve 3,1 (a meta era 3,1); Carneiros obteve 3,2 (a meta era 3,1); Pão de Açúcar obteve 3,0 (a meta era 3,0); e São José da Tapera obteve o melhor desempenho, com nota 3,5 (a meta era 3,0).

Desde que o Ideb foi criado, em 2005, ele é avaliado a cada dois anos. De lá para cá, os municípios de Estrela de Alagoas, Minador do Negrão, Monteirópolis, Poço das Trincheiras e Senador Rui Palmeira, todos no Sertão, nunca conseguiram atingir as metas projetadas para a 8ª série (9º ano) na rede municipal.

Dos 102 municípios alagoanos, apenas 15 atingiram as metas para a rede municipal de ensino na 8ª série (9º ano). São eles: Arapiraca, Batalha, Campo Alegre, Carneiros, Coité do Nóia, Coqueiro Seco, Coruripe, Feliz Deserto, Jundiá, Limoeiro de Anadia, Pão de Açúcar, Paripueira, Paulo Jacinto, Penedo e São José da Tapera.

Por outro lado, quando os resultados do Ideb para avaliação da rede municipal de ensino se referem às séries iniciais, considerando a avaliação feita com alunos da antiga 4ª série (5º ano), os números revelam que 50 dos 102 municípios atingiram a meta para 2013. Por esse ponto de vista, uma quantidade maior de municípios do Sertão também saiu melhor avaliada.

O Ideb reúne dois conceitos importantes para a qualidade da educação: fluxo escolar e médias de desempenho nas avaliações. Ele é calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar, e médias de desempenho nas avaliações do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep), que são o Saeb (para as unidades da federação e para o país) e a Prova Brasil (para os municípios).

O índice também é importante por ser condutor de política pública em prol da qualidade da educação. É a ferramenta para acompanhamento das metas de qualidade do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) para a educação básica.

O PDE estabelece, como meta, que em 2022 o Ideb do Brasil seja 6,0 – média que corresponde a um sistema educacional de qualidade comparável a dos países desenvolvidos.
Resultado do Ideb comprova necessidade de melhorias na educação (foto: Divulgação)

sábado, 6 de setembro de 2014

Shows da Emancipação Política de Canapi custaram R$ 100 mil

As atrações artísticas contratadas para animar a noite de Emancipação Política em Canapi, no dia 22 de agosto, custaram R$ 100 mil aos cofres públicos. O valor foi publicado pela Prefeitura no Diário Oficial do Estado (DOE) desta quinta-feira (4).

Conforme a publicação, que está na página 57 do Diário, o contrato foi realizado sem licitação “com fulcro no art. 25, III, da Lei de Licitações”, que é a Lei 8.666/93, e, ainda, “considerando que se tratam de profissionais do setor artístico consagrados pela especializada e pela opinião pública”.

Os “artistas consagrados” que se apresentaram na cidade foram as bandas Forró 100%, Playboy de Luxo, Expresso Forronejo e Dj Thiago. Conforme a programação divulgada na época, além dos shows, a data foi marcada por uma série de inaugurações de obras públicas e visitas.

A contratação de atrações artísticas sem licitação para se apresentarem em datas comemorativas é comum em diversos municípios de Alagoas, como a reportagem mostrou aqui no dia 14 de agosto.

Alguns municípios, mesmo em crise devido à diminuição no repasse do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) e em situação de emergência por conta da seca, investem milhares de reais em shows em nome das tradições.
Comemoração da Emancipação foi marcada por inaugurações e shows de forró (foto: Divulgação)

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Energia sobe 30% em Alagoas devido à seca no Planalto Central

A seca na região do Planalto Central – no Centro-Oeste do país, bem distante do Nordeste – foi apontada pelo diretor presidente da Eletrobras Distribuição Alagoas como a principal causa do aumento de 30,02% da energia elétrica aqui no estado. O reajuste está em vigor desde a última quinta-feira, 28 de agosto, e vale para os consumidores residenciais nos 102 municípios.

A declaração do presidente do órgão foi dada nesta segunda-feira (1), em entrevista ao Programa Pajuçara na Hora, da Rádio Pajuçara FM, em Maceió. Segundo Vladimir de Abreu Cavalcanti, apesar desse aumento, apenas 1,22% ficarão com a empresa em Alagoas para cobrir seus custos com a distribuição e remunerar todos os investimentos realizados pela concessionária entre agosto de 2013 e agosto de 2014.

O restante do aumento é destinado para a compra de energia, transmissão, encargos e tributos. Os principais desses tributos são o ICMS, PIS e Cofins. Ou seja: o governo federal repassa todos os custos para os consumidores, sem reduzir os impostos. Se fizesse isso, o aumento poderia ser menor.

“Não temos interesse em tarifa alta, pois isso até aumenta
a inadimplência”, disse o presidente da concessionária. Respondendo a uma pergunta do apresentador Gernand Lopes, ele informou ainda que a inadimplência está abaixo dos 20% dos consumidores.

Em outros Estados do Nordeste, conforme revelou em seu blog o jornalista Ricardo Mota, os aumentos serão menores: Piauí (25,81%), Maranhão (24,12%) e Paraíba (21,43%).

Alagoas é mais pobre que esses outros estados e tem índices de desenvolvimento humano piores. Por outro lado, tem políticos com muita força e visibilidade em Brasília, inclusive na base aliada da presidenta Dilma Roussef e na presidência do Senado.

A população aguarda, agora, que eles se manifestem em defesa dos alagoanos e utilizem seu prestígio, seu poder e sua influência, se não para reverter esse aumento, mas pelo menos para discursar em nossa defesa. Será?

Empresa diz que só ficará com 1,22% do aumento total de 30%

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Prefeitura passa a funcionar em prédio alugado após corte de energia em sede própria


Prédio onde funcionava a Prefeitura teve a energia cortada (foto: Diego Barros)
Após a suspensão do fornecimento de energia para prédios públicos devido à falta de pagamento das contas, a Prefeitura de Monteirópolis mudou-se de sua sede própria para um imóvel alugado.

A mudança ocorreu após cerca de 40 anos funcionando no mesmo prédio, na Travessa Municipal, no Centro da cidade. O corte da energia pela Eletrobras, realizado em julho, também atingiu a única quadra de esportes do município, uma creche e a Igreja de São Sebastião, padroeiro da cidade.

No imóvel onde a Prefeitura se instalou funcionam outros órgãos da administração municipal. Para alguns moradores da cidade ouvidos pela reportagem e que não quiseram se identificar, é como se “Monteirópolis estivesse voltando a ser Guaribas”, numa referência ao passado de 54 anos atrás, quando o município era apenas um povoado pertencente a Pão de Açúcar e sem perspectivas de desenvolvimento.

Nossa reportagem procurou a assessoria de comunicação da Prefeitura para saber o valor do aluguel do imóvel onde a instituição se instalou e para saber também qual o valor da dívida com a Eletrobras. Por telefone, ainda na segunda-feira da semana passada, dia 25, a assessoria pediu que fosse enviado um e-mail com as perguntas. Passada uma semana, nossa reportagem não recebeu nenhuma mensagem com as respostas e as ligações para a assessoria não foram mais atendidas.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Professores de Monteirópolis realizam manifestação por reajuste de 8,32%


Passeata de professores, alunos e pais de alunos percorreu as ruas da cidade (foto: Colaboração/Fernando Silva)

Manifestação parou em frente à Secretaria de Educação (foto: Colaboração/Fernando Silva)
Professores da rede municipal de ensino de Monteirópolis realizaram uma manifestação pelas ruas da cidade, na manhã desta quinta-feira (28), para cobrar um reajuste salarial de 8,32% que contemple toda a categoria, incluindo merendeiras, serviçais, vigilantes e motoristas.

Segundo a professora Betânia Alves da Silva, que é membro de uma comissão organizadora junto ao sindicato que representa a categoria, o Sinteal, de maio até agora já foram realizadas quatro reuniões com o prefeito Elmo Antônio Medeiros, mas o reajuste ainda não foi implantado.

“Por isso decidimos fazer a manifestação e uma paralisação de advertência hoje, amanhã e segunda-feira. Vamos aguardar o que será resolvido até segunda para decidirmos o que faremos em seguida. Nossa data-base era maio, mas até agora nada foi resolvido”, informou. “O nosso reajuste faz parte de um piso nacional”, completou.

Ela disse também que alunos e pais de alunos acompanharam a passeata pelas ruas da cidade, que terminou com uma reunião entre uma comissão representante da categoria e a secretária de Educação.

De acordo com a professora, a secretária informou que vai se reunir com o prefeito para fazer ajustes no projeto de aumento salarial, que será enviado novamente para a Câmara de Vereadores colocar em votação.

Ouvido pela reportagem, o presidente da Câmara de Vereadores, Adeildo Medeiros, disse que um projeto anterior foi enviado pela Prefeitura à casa legislativa, mas ainda não foi analisado. O presidente disse ainda que a Câmara convidou o prefeito Elmo Antônio Medeiros para prestar esclarecimentos sobre vários assuntos de sua gestão na sessão de amanhã (29), mas que ainda não tem confirmação da presença do gestor.

A nossa reportagem tentou contato com a assessoria de comunicação da Prefeitura para comentar a manifestação dos professores e a reunião com a secretária de educação, mas até o fechamento desta matéria não teve resposta.
Professores cobram reajuste para toda a categoria (foto: Diego Barros)

Major Izidoro: maioria do eleitorado é analfabeta ou apenas lê e escreve

O município de Major Izidoro, situado no Sertão de Alagoas, terá eleição suplementar para prefeito e vice-prefeito neste domingo (31), após decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). A prefeita Maria Santana Mariano Silva Campos e seu vice, Adovaldo Albuquerque Alves, ficaram cerca de um ano e meio à frente da administração municipal, até serem afastados pelo TRE.

Agora, a ex-gestora é novamente candidata pelo PTB e enfrentará nas urnas o adversário Ítalo Amaral, do PMN, que é filho do ex-prefeito Ítalo Amaral, contra o qual Santana Mariano disputou as eleições de 2012.

Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Major Isidoro, 16,39% dos eleitores são analfabetos e 24,98% apenas conseguem ler e escrever, ou seja, podem ser considerados analfabetos funcionais. Somados, os dois percentuais chegam a 41,37% do total de 13.519 eleitores.

Os próximos gestores do município já sabem, portanto, qual será um de seus maiores desafios: reduzir o índice de analfabetismo entre os eleitores e entre a população de modo geral.

No pequeno município sertanejo, 3.299 famílias recebem o Bolsa Família, programa de transferência de renda do governo federal, conforme dados do Portal da Transparência. Numa média de 4 membros por família, são 13.196 pessoas incluídas, o que é quase igual ao total de eleitores.

Conhecido como “Terra do Leite”, Major Izidoro se destaca pela produção de leite em pequenas propriedades da agricultura familiar – e também em grandes fazendas – que é enviado tanto para as fabriquetas locais quanto para grandes indústrias dentro e fora de Alagoas. Apesar de muitos beneficiários do Bolsa Família, a atividade leiteira ainda é a base da economia local.

Mas o município também está se tornando conhecido pelos investimentos no Major Fest Folia e nas festividades juninas. Este ano, conforme publicações da própria Prefeitura no Diário Oficial do Estado, R$ 435 mil foram pagos pelas atrações artísticas que se apresentaram nos festejos juninos, enquanto R$ 230.600,00 pagaram as atrações do Major Fest Folia, realizado em abril.
Melhorar índices da educação será desafio para o próximo gestor (foto: Divulgação/Internet)


quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Mulheres são maioria e podem decidir eleições em Alagoas

Apesar de ainda serem minoria entre os candidatos a cargos eletivos, as mulheres representam a maioria do eleitorado alagoano e podem decidir as eleições. É o que mostram os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), referentes ao ano de 2013.

Segundo o TSE, em Alagoas elas representam 53,69% do eleitorado, enquanto os homens são 46,31% do total. Assim, de 1.937.151 eleitores alagoanos, as mulheres são 1.040.024, enquanto os homens são 897.127. Entre as que estão aptas a votar, a maioria está na faixa etária dos 25 aos 34 anos.

No Sertão do Estado, a situação não muda: as mulheres continuam sendo a maioria do eleitorado e, entre elas, a maior parte está nessa mesma faixa etária. Em Delmiro Gouveia, por exemplo, do total de 32.706 eleitores, elas representam 53,57%. Já os homens representam 46,43%.

Em Santana do Ipanema, as mulheres são 53,96% dos eleitores, enquanto os homens são 46,04%. Em São José da Tapera, também no Sertão, elas representam 52,7%, já eles somam 47,3%.

“Elas não votam de forma unificada, mas podem e vão decidir as eleições. Sempre houve um distanciamento das mulheres do cenário político, até por questões históricas, pois elas só adquiriram o direito de votar e de serem votadas após os homens. Mas isso tem mudado rapidamente. Por outro lado, foi necessário se criar uma lei para que pelo menos um terço das candidaturas seja ocupado por mulheres”, avalia o sociólogo Adalberon Júnior.

Além de poderem decidir as eleições em Alagoas por meio do voto, as mulheres devem ficar atentas ao que dizem os candidatos quando o assunto são as políticas públicas. “As mulheres enfrentam lá na ponta o resultado da má gestão e da falta de políticas públicas. Elas têm sim grande poder de cobrar mudanças, mas não existe ainda organização nesse sentido”, comenta o sociólogo.

“Quando o candidato ou candidata fala em melhorias para o serviço de saúde, ele ou ela deve ser cobrado para que diga quais são as estratégias para atender ao público feminino, como, por exemplo: ampliação da rede para realização de exames específicos das mulheres, como mamografia”, exemplificou Adalberon Júnior.

Em diversos municípios do Sertão de Alagoas, este exame não é oferecido pela rede pública local. Assim, quando precisam, as pacientes são encaminhadas para Arapiraca, na região Agreste. Nesse processo elas passam por alguns transtornos, como a viagem – geralmente num carro cedido pela prefeitura que sai de madrugada e só retorna à noite –, perdem um dia de trabalho, quando são empregadas, ou têm dificuldades para deixar os filhos pequenos com algum responsável.

É preciso que os candidatos digam também se pretendem ampliar os instrumentos da rede de proteção social focados no público feminino. Deve-se incluir na lista de cobranças, ainda, creches equipadas e geridas por profissionais adequados para que elas possam deixar os filhos pequenos e criação de oportunidades de emprego não só para elas, mas para seus maridos e filhos jovens.

Em muitos municípios de Alagoas, não há maternidades nem hospitais equipados para realização de partos. Por isso, num momento tão delicado, elas precisam ser encaminhadas, muitas vezes às pressas, para cidades que dispõem dessa estrutura.

Em outubro deste ano, portanto, as mulheres poderão eleger candidatos e candidatas mais compromissados com as políticas voltadas para o público feminino. É aguardar para ver.
Mulheres são maioria e têm mais poder para cobrar políticas públicas

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Municípios em crise financeira não economizam com shows em nome das tradições

A crise financeira que atinge os municípios, particularmente os menores e que não têm arrecadação própria, levou os prefeitos alagoanos a realizar diversas reuniões na sede da associação que os representa, a AMA, para discutir o tema, e a participar da Marcha dos Prefeitos, em Brasília, no mês de maio deste ano.

Entre os objetivos dos gestores, estava o de conseguir um aumento de 2% nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), considerada a principal fonte de recursos.

Como consequência da crise, alguns municípios não conseguem honrar seus compromissos, como o pagamento em dia dos servidores, o pagamento dos fornecedores, as contas de água e de energia elétrica dos prédios públicos. Muitos deles, situados no Sertão de Alagoas, também estão em situação de emergência por conta da seca.

Por outro lado, alguns municípios da mesma região investem milhares de reais no pagamento de atrações artísticas que se apresentam em praças públicas em datas comemorativas, como emancipação política, festividades juninas e festas consideradas tradicionais.

Como exemplo, há o município de Santana do Ipanema, que no dia 2 de julho deste ano informou, por meio do Diário Oficial do Estado (DOE), a contratação de bandas para a Festa da Juventude pelo valor de R$ 592 mil. Nove dias depois, em 11 de julho, o mesmo município publicou no DOE um decreto de situação de emergência por conta da seca.

Em Major Izidoro, também no Sertão alagoano, as atrações artísticas para as festividades juninas custaram R$ 435 mil aos cofres públicos, conforme extrato de contrato publicado pela Prefeitura Municipal no DOE do dia 23 de junho. Em abril deste ano, a Prefeitura de Major Izidoro pagou R$ 230.600,00 pelas atrações artísticas que se apresentaram em dois dias do Major Fest Folia.

Em Jacaré dos Homens, na mesma região, as atrações artísticas para as festividades de São Pedro custaram R$ 135 mil, conforme decreto publicado pela Prefeitura no DOE do dia 5 de junho. Já a estrutura necessária para a realização dos shows, como som, iluminação, etc., custou R$ 70 mil.

Somados, os valores chegam a R$ 205 mil em Jacaré dos Homens. Assim, é como se cada habitante do município, onde vivem apenas 5.511 pessoas, segundo dados oficiais, tivesse colaborado com R$ 37 para a festa.

Na opinião do presidente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), Jorge Dantas, que é prefeito de Pão de Açúcar, mesmo com a crise, as festas tradicionais devem ser mantidas. No entanto, ele recomenda economia no pagamento das bandas.

“A Festa de Bom Jesus dos Navegantes de Pão de Açúcar, por exemplo, faz parte das tradições do município. Para realizá-la em janeiro, a gente inicia a economia meses antes. O povo quer os serviços básicos, mas quer também a festa, que é realizada fruto do esforço da gestão municipal”, explicou o presidente da AMA.

Jorge Dantas destacou ainda que as festas tradicionais movimentam a economia dos municípios, gerando renda para os moradores. “Algumas dessas festividades existem há mais de 50 anos e já fazem parte da cultura do povo”, defendeu o gestor.

Sobre a reivindicação de aumento de 2% no FPM, um dos motivos da Marcha dos Prefeitos, realizada em Brasília em maio deste ano, Jorge Dantas disse que a categoria obteve 1%, que será repassado da seguinte forma: 0,5% em 2015 e 0,5% em 2016.
Publicação da Prefeitura no DOE comprova pagamento de bandas

sábado, 2 de agosto de 2014

Há 25 anos, o Brasil perdia o “rei do Baião”


Luiz Gonzaga transformou a vida do nordestino em poesia (foto: Google.com)
Há exatamente 25 anos, em 2 de agosto de 1989, morria no Recife (PE) Luiz Gonzaga, o artista que ficou conhecido como o “rei do Baião”. Nascido na cidade de Exu, Sertão de Pernambuco, ele viajou pelo Brasil cantando a vida, o sofrimento e a alegria do povo nordestino.

Conquistou admiradores, outros artistas, a crítica e o público e ficou conhecido por se apresentar sempre vestido com roupas típicas do sertanejo, em sinal de valorização às suas origens.

Autor de "Baião" (1946), "Asa Branca" (1947), "Siridó" (1948), "Juazeiro" (1948), "Qui Nem Jiló" (1949) e "Baião de Dois" (1950), Gonzaga compôs centenas de músicas e gravou quase 200 discos, tendo 30 milhões de cópias vendidas. Foi também o primeiro artista a fazer uma turnê pelo Brasil e a sair do eixo Rio-São Paulo.

Em 2012, ano do centenário de seu nascimento, foi tema de escola de samba. Já inspirou filmes, livros e outros cantores, como Dominguinhos, considerado seu sucessor artístico, falecido em 2013.
Abaixo, a letra de seu maior sucesso, Asa Branca, escrita em parceria com Humberto Teixeira:

Asa Branca            
(Luiz Gonzaga - Humberto Teixeira)

Quando oiei a terra ardendo
Qua fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu, uai
Por que tamanha judiação

Que braseiro, que fornaia
Nem um pé de prantação
Por farta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão

Até mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
Então eu disse a deus Rosinha
Guarda contigo meu coração

Hoje longe muitas léguas
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Para eu voltar pro meu sertão

Quando o verde dos teus oio
Se espalhar na prantação
Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu voltarei, viu
Meu coração

Com informações de: http://pt.wikipedia.org/wiki/Luiz_Gonzaga e http://www.luizluagonzaga.mus.br/index.php?option=com_frontpage&Itemid=1

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Prefeitura de Senador Rui Palmeira firma Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público

Após a apuração de supostas práticas de atos de improbidade administrativa e de crimes de responsabilidade, a Prefeitura de Senador Rui Palmeira, no Sertão alagoano, firmou dois Termos de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público Estadual (MPE). Os documentos foram publicados no Diário Oficial do Estado desta sexta-feira (1º), nas páginas 62, 63 e 64.

Um dos Termos tem por objetivo garantir que os veículos adquiridos pela Prefeitura através do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), por intermédio do Programa Caminho da Escola, somente sejam usados para o transporte de estudantes e com finalidades pedagógicas. Isso leva a crer, portanto, que alguma denúncia chegou ao MPE informando que veículos da Educação estavam sendo usados em outras finalidades.

O outro Termo de Ajustamento de Conduta se refere à revogação da permissão que um comerciante tinha para manter um quiosque numa praça pública, realização de licitação para uso deste e dos demais espaços públicos da praça por comerciantes e proibição da venda de bebidas alcoólicas em espaços públicos em geral, como praças, ruas e avenidas.

O Termo assinado determina ainda que a Prefeitura, por meio da Guarda Municipal, se for preciso, fiscalize a proibição da venda de bebidas alcoólicas nesses locais a partir do dia 30 de setembro deste ano.

Ainda de acordo com o documento, quem descumprir a proibição terá toda a bebida apreendida pela Prefeitura e somente liberada após o pagamento de multa equivalente ao valor total da mercadoria. A quantia arrecadada com as multas será destinada ao Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente do município de Senador Rui Palmeira.

Resta saber, porém, se haverá fiscalização da venda de bebidas em locais públicos em dias de shows, normalmente realizados em praça pública pelas Prefeituras em datas como dia do padroeiro e emancipação política. Nesses shows, é comum encontrar diversos ambulantes com caixas de isopor vendendo bebidas a todos, sem interesse em saber se é menor ou maior de idade. O Termo assinado pela Prefeitura garante a proibição total da venda de bebidas em locais públicos, tanto para maiores quanto para menores de idade.
Documento foi publicado no DOE desta sexta-feira (1º)

Termo trata do uso de veículos da Educação


segunda-feira, 28 de julho de 2014

76 anos sem Lampião, o artesão alfabetizado que se tornou o maior cangaceiro da história


Lampião ficou conhecido como o "rei do Cangaço" (foto: Google.com)
Virgulino Ferreira da Silva, conhecido popularmente pelo apelido de Lampião, foi o principal e mais conhecido cangaceiro brasileiro. Nasceu na cidade de Serra Talhada (PE), em 7 de julho de 1898, e faleceu em Poço Redondo (SE), em 28 de julho de 1938. Já se passaram, portanto, 76 anos de sua morte. Ele ficou conhecido como o "rei do Cangaço".

O que poucos sabem é que Lampião trabalhou até os 20 anos de idade como artesão. Ao contrário de muitos jovens de sua época, ele era alfabetizado. Foi, portanto, um dos poucos cangaceiros que sabiam ler e escrever. Outra curiosidade é que ele apresentava problema de visão e, por isso, usava óculos para leitura.

Contam os historiadores que Lampião entrou no cangaço para vingar a morte de seu pai. No início, ele participou de um bando já existente. Depois, criou seu próprio bando. Suas andanças pelos estados do Nordeste levaram medo à população das pequenas cidades, vilas e povoados.

O "rei do Cangaço" era temido e muito lembrado por suas ações de violência e crueldade. É verdade também que muito se criou a esse respeito, devido à fertilidade da imaginação popular, tornando-o quase uma figura folclórica. Outra lembrança do povo sertanejo sobre Lampião é sua devoção e respeito ao Padre Cícero, com o qual chegou a se encontrar uma vez.

Lampião e seu bando estão entre os responsáveis pela difusão de uma dança popular brasileira conhecida como “xaxado”, oriunda do Sertão de Pernambuco. O xaxado foi difundido como uma dança de guerra e entretenimento pelos cangaceiros, na qual eles usavam roupas em tons marrons e cáqui, de couro para que se protegessem dos espinhos da caatinga do Sertão e sempre acompanhadas do rifle e da alpercata do mesmo material.

A morte de Lampião, Maria Bonita e todo o seu bando ocorreu pelas mãos de volantes de Alagoas, a Polícia Militar da época, mas em território sergipano. O grupo foi pego de surpresa. Ao final do combate, todos foram decapitados e as cabeças ficaram expostas, inicialmente, na outra margem do Rio São Francisco, na cidade de Piranhas (AL).

A vida e a morte de Lampião e seu bando já renderam centenas de publicações, entre livros, filmes, artigos e teses. Em algumas, ele é descrito como bandido, em outras, como mocinho.

Com informações de: http://www.suapesquisa.com/biografias/lampiao.htm e http://pt.wikipedia.org/wiki/Xaxado