quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Políticos provam que ideologia partidária não existe


Ideologia é substituída por interesses do momento (foto: Divulgação)
Alguns políticos alagoanos detentores de mandatos eletivos não seguem a recomendação dos próprios partidos nas eleições deste ano e apóiam os candidatos dos partidos adversários. A atitude, que não é desinteressada, prova que a ideologia partidária não existe – ou simplesmente fica reservada para “momentos oportunos”.


Entre os motivos que levam uma pessoa a se filiar a algum partido político está o conjunto de idéias que aquele determinado partido defende. Em outros casos, a filiação é baseada apenas na possibilidade que o partido oferece de se eleger para algum mandato.


Quando o partido lança um candidato, geralmente aquele candidato é escolha dos membros do partido ou da coligação. Em Alagoas, no entanto, o apoio a candidatos de partidos que estão em lados opostos se tornou “comum”.


É o caso, em Delmiro Gouveia, dos vereadores Henriqueta, do Democratas, e Quinho, do PP, que apóiam Renan Filho (PMDB) para governador. Além do PP ter candidato próprio ao governo – Benedito de Lira – o Democratas indicou o candidato ao Senado na chapa do Biu, Omar Coelho.


Em Maceió, o prefeito Rui Palmeira, filiado ao PSDB, apóia o candidato ao governo do Estado Benedito de Lira, do PP. O PSDB tem como candidato ao governo Júlio César. Quando o candidato do PSDB ao governo era Eduardo Tavares, ainda nos primeiros meses da campanha, o próprio Júlio César, que já era do PSDB, declarava apoio a Benedito de Lira.


Já o presidente da Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE), Fernando Toledo, também do PSDB, apóia Benedito de Lira, que tem como vice Alexandre Toledo, que é parente do presidente da ALE.


No interior do Estado, alguns prefeitos filiados ao PSDB apóiam para o governo o candidato Renan Filho, do PMDB. É o caso de Jarbas Ricardo, prefeito de São José da Tapera, e James Ribeiro, prefeito de Palmeira dos Índios.


A candidata ao Senado pelo PSOL, Heloísa Helena, tem muita afinidade com a candidata à Presidência Marina Silva, que é do PSB. Mas a candidata do PSOL à Presidência é Luciana Genro.

Para encerrar, apenas uma curiosidade: a candidata Luciana Genro é filha do governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, um dos fundadores do PT, que foi ministro do Governo Lula, é muito ligado a ele e à presidenta Dilma Roussef. Será que ele vota na filha ou na Dilma?

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Pariconha, Água Branca e Monteirópolis lideram ranking de eleitores analfabetos

Pariconha, no alto Sertão alagoano, lidera o ranking de municípios da região com o maior percentual de eleitores analfabetos, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O município tem 30,41% de analfabetismo entre as pessoas que deverão ir às urnas nas próximas eleições.

A liderança de Pariconha nessa área é ameaçada por Água Branca – município vizinho – que é o segundo no ranking de analfabetismo entre os votantes. Lá são 29,91% de eleitores que não sabem ler nem escrever. Em terceiro lugar, está Monteirópolis, com 29,45% de analfabetismo entre as pessoas acima de 16 anos de idade que deverão ir às urnas.

Já os municípios melhor colocados no índice de analfabetismo entre os eleitores, segundo o TSE, são Ouro Branco, com apenas 9,43%, Santana do Ipanema, com 10,18%, e Delmiro Gouveia, com 10,25%.

Por outro lado, do total de eleitores em Ouro Branco, 29,65% conseguem apenas ler e escrever, ou seja, podem ser considerados analfabetos funcionais. Em Santana do Ipanema, esse número é ainda maior: chega a 32,40% de eleitores analfabetos funcionais. Já em Delmiro Gouveia, o índice é de 20,31% dos que apenas conseguem ler e escrever.

Para o analista político Ronaldo Targino, o analfabetismo leva, entre outras coisas, à falta de conhecimento sobre as funções dos políticos quando eles são eleitos e à venda do voto.

“Essa é, para o sertanejo e mais ainda para os que são analfabetos, uma eleição de desconhecidos. Em geral eles não sabem quem são os candidatos nem qual função eles terão ao serem eleitos. Outro motivo é que o Sertão ainda tem poucos candidatos que representam a região. O voto ocorre pela indicação ou do prefeito ou dos vereadores, ainda de forma antiga, com o cadastro do eleitor, que vende seu voto”, avaliou o analista.

“A venda de voto ainda é comum no Sertão, e essa situação atinge principalmente os analfabetos, que não sabem nem querem saber quem são os candidatos. Alguns deles nem sabem que vender o voto, assim como comprar, é crime, apesar de todas as campanhas do TSE no rádio e na televisão sobre o assunto”, salientou Ronaldo Targino.

“Além da maior facilidade para serem influenciados ou ter o voto comprado, alguns analfabetos ainda têm mais chances de errar a digitação dos números na urna e, assim, anular o voto”, concluiu o analista.
Analfabetismo e compra de votos são comuns no Sertão de Alagoas (foto: Divulgação)

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Dos 9 deputados, apenas um se manifesta contra aumento de energia em Alagoas


Aumento na tarifa de energia atinge consumidores residenciais, comerciais e industriais (foto: Divulgação)
Desde que o reajuste de mais de 30% na tarifa de energia elétrica passou a valer em Alagoas, no dia 28 de agosto, apenas um dos nove deputados federais usou o plenário da Câmara, em Brasília, para defender os consumidores alagoanos. Foi o deputado Maurício Quintella Lessa (PR), na sessão do dia 3 de setembro.

Na oportunidade, ele disse que o aumento na conta de energia terá um impacto desastroso no Estado, não só para o consumidor residencial, mas para micro e pequenos empresários.

O deputado destacou também que Alagoas tem uma das piores distribuidoras e energia elétrica do país, que o aumento se deu, em grande parte, pela mudança da matriz energética e que o governo federal errou ao intervir na tarifa da energia.

Segundo ele, “os critérios para a composição de tarifa são objetivos, mas não se dão só pela questão do custo da energia, mas também pela administração da empresa”.

“Existem metas a ser cumpridas, como a satisfação do consumidor, a perda de energia. A Eletrobras é a empresa distribuidora que mais perde energia por conta de gatos, de roubos, da péssima qualidade da sua fiação, por falta de manutenção. Se a empresa não avançou em nenhum desses itens, como justificar o aumento de tarifa desse tamanho?”, questionou o deputado.

Ele destacou também que protocolou na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara proposta de fiscalização e controle para que o TCU audite não só a tarifa que a ANEEL autorizou para Alagoas, mas que audite as tarifas, os aumentos que foram concedidos para as outras distribuidoras: para o Piauí, para o Maranhão, para o Pará e para outros Estados brasileiros que estão nessa mesma situação.

O discurso do parlamentar está registrado no próprio endereço eletrônico da Câmara Federal, assim como os discursos dos outros deputados que usaram o plenário após o aumento da energia.

O que diz a Eletrobras

Segundo a Eletrobras Distribuição Alagoas, a influência do reajuste no valor das contas se dará de forma gradativa e proporcional aos dias de consumo a partir da data base iniciada em 26 de agosto (data da concessão do reajuste pela Aneel).

A empresa informa também que, para os consumidores residenciais, o aumento percebido será de 30,02%, enquanto para os consumidores com fornecimento em Média e Alta Tensão o reajuste será de 37,08%.

De acordo com a Eletrobras, a nova tarifa reflete o impacto da forte estiagem que provocou o aumento do custo da geração da energia, em função da necessidade de despacho de usinas térmicas a óleo e gás, e estará em vigor até agosto do próximo ano, quando novos cálculos serão realizados, podendo, inclusive, indicar redução da tarifa.

Dos 32,36% de reajuste médio, a parcela que cabe à Eletrobras Distribuição Alagoas, para cobrir seus custos com a distribuição e remunerar todos os investimentos realizados pela concessionária entre agosto de 2013 e agosto de 2014, é de somente 1,22%. O restante do aumento é destinado para a compra de energia, transmissão encargos e tributos.

Aqui, mais uma vez, fica a pergunta: por que o governo federal não reduz esses impostos para que o reajuste seja menor? Além disso, temos a Contribuição de Iluminação Pública, cujo valor pago fica com a Prefeitura. Como sempre, todos os custos são repassados para o lado mais fraco, que é o consumidor final.

sábado, 13 de setembro de 2014

Leitor envia relato sobre situação de Monteirópolis

Max Antonio Santos Vitorino, leitor deste Blog e que, assim como centenas de moradores, já deixou Monteirópolis para buscar melhores condições de vida fora da cidade, enviou o artigo abaixo, em que relata a situação atual do município, que ele acompanha a distância com informações de familiares que ainda vivem lá.

O lugar onde já vivi

Autor: Max Antonio Santos Vitorino

Monteirópolis, o melhor lugar para se viver? Socorro! Estou voltando a ser Guaribas. Monteirópolis é um município do Estado de Alagoas com cerca de 7 mil habitantes. Essa cidade está entre as piores cidades do Brasil para se viver, e a cada dia que passa está perdendo pessoas que deixam suas famílias, amigos e raízes para migrar para outros estados.

Isso vem acontecendo frequentemente graças aos governantes que elegemos e que, segundo eles, dizem fazer mudanças para a população carente, trazendo melhores condições de vida e dando um ótimo emprego para se ter uma vida digna.

O município vem se destacando na área da educação, com foco na péssima remuneração de professores, saúde, falta de investimento para se ter um médico de plantão na cidade e foco na farmácia do SUS, onde se vai buscar um remédio e quase nunca se tem e, quando tem, é o básico dos básicos. Vem apresentando também, nos últimos meses, polêmicas sobre a atual administração da nossa querida e tão amada cidade.

E eu os pergunto: cadê o crescimento e desenvolvimento da cidade? Vocês já pararam para pensar que Monteirópolis está voltando a ser aquela antiga cidadezinha bem, mas bem pacata do interior do interior que se tinha o nome de Guaribas? Acho que não né, mas essa é a dura e crua realidade, meus queridos.

Nunca na história de Monteirópolis se teve uma administração tão péssima igual à atual. Enfim, mesmo morando longe, em Rio do Sul (SC), jamais esquecerei da cidade que vivi toda uma vida e que, às vezes, vem em mente a vontade de um dia, depois de toda uma vida feita lá fora, voltar para família, mas como se viver em uma cidade que nem sequer existem o respeito e a obrigação de honrar com aquilo que é prometido de quatro em quatro anos nas portas de cada um? Até quando vamos fechar os olhos para tanto caos? você irá esperar que se termine um mandato para tenta mudar algo que se pode ser feito agora, hoje?

Então, o amanhã ele pode não vir, pode ser tarde demais e, até lá, o caos que se encontram a educação e a saúde pode ser algo bem difícil de se estabilizar. Gente, precisamos de uma educação de qualidade para que possamos ter ótimos profissionais dentro do nosso município. Se não pensarmos em cada um de nós, mas vamos pensar no futuro dessas crianças, pois muitos têm o sonho de ingressar em uma faculdade, se tornar um acadêmico e, para que isso aconteça, é necessário investimento, mas bastante investimento na área educacional.
Entrada de Monteirópolis, às margens da AL-220 (foto: Diego Barros)

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Ideb revela que educação de Monteirópolis é uma das piores do Sertão


Professores e técnicos realizaram protesto no final de agosto para garantir reajuste (foto: Colaboração/Fernando Silva)
Desde que o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) foi criado, em 2005, o município de Monteirópolis nunca atingiu as metas estipuladas pelo Ministério da Educação (MEC) para o 9º ano da rede municipal.

Os números foram divulgados pelo MEC, na última sexta-feira (5), e revelam também que a situação de Monteirópolis é a mesma que a dos municípios de Estrela de Alagoas, Minador do Negrão, Poço das Trincheiras e Senador Rui Palmeira, todos no Sertão, que também nunca atingiram as metas para o 9º ano da rede municipal.

Os dados do Ideb revelam que, entre 2005 e 2011, a educação em Monteirópolis piorou. Uma leve melhora foi registrada em 2013, mas ainda insuficiente para atingir a meta do MEC.

Em 2005, quando ainda não havia meta estipulada, Monteirópolis teve pontuação 2,5; em 2007, teve nota 2,2 (a meta era 2,6); em 2009, obteve nota 2,0 (a meta era 2,7); em 2011, teve nota 1,6, a pior do histórico (a meta era 3,0); em 2013, a nota voltou a subir, foi 2,5 (a meta era 3,4).

Avaliado a cada dois anos, o Ideb é importante por ser condutor de política pública em prol da qualidade da educação. É a ferramenta para acompanhamento das metas de qualidade do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) para a educação básica.

Quando os números do Ideb se referem às séries iniciais – até o 5 º ano do Ensino Fundamental da rede municipal – apenas em 2009 o município atingiu a meta estipulada, que era 2,8. Estrela de Alagoas, Minador do Negrão, Poço das Trincheiras e Senador Rui Palmeira também apresentam números um melhores para o 5 º ano.

Ouvida pela reportagem, a professora Betânia Alves da Silva, que faz parte do sindicato que representa os professores, o Sinteal, disse que a responsabilidade pelos números do Ideb deve ser compartilhada por todos. Segundo ela, enquanto alguns professores não têm amor pelo que fazem, a administração municipal ainda não dá a atenção necessária a algumas demandas da educação.

No último dia 28, professores e técnicos da área realizaram uma manifestação pelas ruas da cidade para cobrar um reajuste salarial de 8,32% que contemplasse toda a categoria, incluindo merendeiras, serviçais, vigilantes e motoristas.

Após uma semana de paralisação e escolas fechadas e uma série de negociações, o reajuste foi garantido para os professores, mas os técnicos ficaram com um aumento de 6,78%. O projeto foi aprovado pela Câmara de Vereadores na sessão da última sexta-feira (5) e ainda será implantado na folha salarial.

Indicadores chamam a atenção do Ministério Público

Os baixos indicadores da educação no município já haviam chamado a atenção do Ministério Público, que incluiu Monteirópolis no projeto Ministério Público Pela Educação (Mpeduc). Os promotores realizaram uma inspeção nas escolas da cidade no dia 28 de abril e, no dia 22 de maio, houve a primeira audiência pública.

Após o encontro, houve uma nova inspeção dos promotores a duas escolas da zona rural do município. Na primeira, constataram uma situação extremamente precária, com salas de aula sem a mínima condição de uso, infestadas de fezes de pássaros, cujos ninhos ficam no teto.

Na mesma escola, foi flagrado material didático acondicionado de forma inadequada, num depósito improvisado. Em meio a material supostamente utilizado para atividades de recorte, foram encontrados, no entanto, livros didáticos enviados pelo Ministério da Educação em 2013 jogados ao chão, e já estragados pelo contato com água.

Segundo material divulgado pela assessoria de comunicação do Ministério Público, naquela ocasião, em outra escola foi constatada uma situação bem distinta. Como o teto que fora recém-substituído por material de PVC, documentos devidamente organizados, controle de frequência e adequado acondicionamento de merenda.

"Para as escolas que ainda não se adequaram, expediremos recomendações para que a situação seja resolvida. Mas algumas situações não dependem de grandes recursos, nem de grandes serviços, é uma questão meramente de gestão dos recursos", explicou, na época, o procurador da República Eduardo El-Hage, que veio do Rio de Janeiro para apresentar à população de Monteirópolis o MPEduc.

Por telefone, nossa reportagem tentou contato com a assessoria de comunicação da Prefeitura de Monteirópolis para saber se algum gestor gostaria de comentar os números do Ideb, mas o telefone da assessoria estava desligado ou fora da área de cobertura.

domingo, 7 de setembro de 2014

Apenas 4 municípios do Sertão atingem metas do Ideb para 2013

Apenas quatro municípios do Sertão alagoano atingiram as metas do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) referentes à antiga 8ª série (9º ano) para o ano de 2013: Batalha, Carneiros, Pão de Açúcar e São José da Tapera. Todos os outros não conseguiram atingir a meta projetada pelo Ministério da Educação (MEC) para a rede municipal de ensino.

Os números foram divulgados pelo próprio MEC na última sexta-feira (5) e provam a necessidade de melhorias na educação básica não apenas do Sertão, mas de todo o estado.

Ficaram assim as notas obtidas pelos municípios do Sertão: Batalha obteve 3,1 (a meta era 3,1); Carneiros obteve 3,2 (a meta era 3,1); Pão de Açúcar obteve 3,0 (a meta era 3,0); e São José da Tapera obteve o melhor desempenho, com nota 3,5 (a meta era 3,0).

Desde que o Ideb foi criado, em 2005, ele é avaliado a cada dois anos. De lá para cá, os municípios de Estrela de Alagoas, Minador do Negrão, Monteirópolis, Poço das Trincheiras e Senador Rui Palmeira, todos no Sertão, nunca conseguiram atingir as metas projetadas para a 8ª série (9º ano) na rede municipal.

Dos 102 municípios alagoanos, apenas 15 atingiram as metas para a rede municipal de ensino na 8ª série (9º ano). São eles: Arapiraca, Batalha, Campo Alegre, Carneiros, Coité do Nóia, Coqueiro Seco, Coruripe, Feliz Deserto, Jundiá, Limoeiro de Anadia, Pão de Açúcar, Paripueira, Paulo Jacinto, Penedo e São José da Tapera.

Por outro lado, quando os resultados do Ideb para avaliação da rede municipal de ensino se referem às séries iniciais, considerando a avaliação feita com alunos da antiga 4ª série (5º ano), os números revelam que 50 dos 102 municípios atingiram a meta para 2013. Por esse ponto de vista, uma quantidade maior de municípios do Sertão também saiu melhor avaliada.

O Ideb reúne dois conceitos importantes para a qualidade da educação: fluxo escolar e médias de desempenho nas avaliações. Ele é calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar, e médias de desempenho nas avaliações do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep), que são o Saeb (para as unidades da federação e para o país) e a Prova Brasil (para os municípios).

O índice também é importante por ser condutor de política pública em prol da qualidade da educação. É a ferramenta para acompanhamento das metas de qualidade do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) para a educação básica.

O PDE estabelece, como meta, que em 2022 o Ideb do Brasil seja 6,0 – média que corresponde a um sistema educacional de qualidade comparável a dos países desenvolvidos.
Resultado do Ideb comprova necessidade de melhorias na educação (foto: Divulgação)

sábado, 6 de setembro de 2014

Shows da Emancipação Política de Canapi custaram R$ 100 mil

As atrações artísticas contratadas para animar a noite de Emancipação Política em Canapi, no dia 22 de agosto, custaram R$ 100 mil aos cofres públicos. O valor foi publicado pela Prefeitura no Diário Oficial do Estado (DOE) desta quinta-feira (4).

Conforme a publicação, que está na página 57 do Diário, o contrato foi realizado sem licitação “com fulcro no art. 25, III, da Lei de Licitações”, que é a Lei 8.666/93, e, ainda, “considerando que se tratam de profissionais do setor artístico consagrados pela especializada e pela opinião pública”.

Os “artistas consagrados” que se apresentaram na cidade foram as bandas Forró 100%, Playboy de Luxo, Expresso Forronejo e Dj Thiago. Conforme a programação divulgada na época, além dos shows, a data foi marcada por uma série de inaugurações de obras públicas e visitas.

A contratação de atrações artísticas sem licitação para se apresentarem em datas comemorativas é comum em diversos municípios de Alagoas, como a reportagem mostrou aqui no dia 14 de agosto.

Alguns municípios, mesmo em crise devido à diminuição no repasse do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) e em situação de emergência por conta da seca, investem milhares de reais em shows em nome das tradições.
Comemoração da Emancipação foi marcada por inaugurações e shows de forró (foto: Divulgação)

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Energia sobe 30% em Alagoas devido à seca no Planalto Central

A seca na região do Planalto Central – no Centro-Oeste do país, bem distante do Nordeste – foi apontada pelo diretor presidente da Eletrobras Distribuição Alagoas como a principal causa do aumento de 30,02% da energia elétrica aqui no estado. O reajuste está em vigor desde a última quinta-feira, 28 de agosto, e vale para os consumidores residenciais nos 102 municípios.

A declaração do presidente do órgão foi dada nesta segunda-feira (1), em entrevista ao Programa Pajuçara na Hora, da Rádio Pajuçara FM, em Maceió. Segundo Vladimir de Abreu Cavalcanti, apesar desse aumento, apenas 1,22% ficarão com a empresa em Alagoas para cobrir seus custos com a distribuição e remunerar todos os investimentos realizados pela concessionária entre agosto de 2013 e agosto de 2014.

O restante do aumento é destinado para a compra de energia, transmissão, encargos e tributos. Os principais desses tributos são o ICMS, PIS e Cofins. Ou seja: o governo federal repassa todos os custos para os consumidores, sem reduzir os impostos. Se fizesse isso, o aumento poderia ser menor.

“Não temos interesse em tarifa alta, pois isso até aumenta
a inadimplência”, disse o presidente da concessionária. Respondendo a uma pergunta do apresentador Gernand Lopes, ele informou ainda que a inadimplência está abaixo dos 20% dos consumidores.

Em outros Estados do Nordeste, conforme revelou em seu blog o jornalista Ricardo Mota, os aumentos serão menores: Piauí (25,81%), Maranhão (24,12%) e Paraíba (21,43%).

Alagoas é mais pobre que esses outros estados e tem índices de desenvolvimento humano piores. Por outro lado, tem políticos com muita força e visibilidade em Brasília, inclusive na base aliada da presidenta Dilma Roussef e na presidência do Senado.

A população aguarda, agora, que eles se manifestem em defesa dos alagoanos e utilizem seu prestígio, seu poder e sua influência, se não para reverter esse aumento, mas pelo menos para discursar em nossa defesa. Será?

Empresa diz que só ficará com 1,22% do aumento total de 30%

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Prefeitura passa a funcionar em prédio alugado após corte de energia em sede própria


Prédio onde funcionava a Prefeitura teve a energia cortada (foto: Diego Barros)
Após a suspensão do fornecimento de energia para prédios públicos devido à falta de pagamento das contas, a Prefeitura de Monteirópolis mudou-se de sua sede própria para um imóvel alugado.

A mudança ocorreu após cerca de 40 anos funcionando no mesmo prédio, na Travessa Municipal, no Centro da cidade. O corte da energia pela Eletrobras, realizado em julho, também atingiu a única quadra de esportes do município, uma creche e a Igreja de São Sebastião, padroeiro da cidade.

No imóvel onde a Prefeitura se instalou funcionam outros órgãos da administração municipal. Para alguns moradores da cidade ouvidos pela reportagem e que não quiseram se identificar, é como se “Monteirópolis estivesse voltando a ser Guaribas”, numa referência ao passado de 54 anos atrás, quando o município era apenas um povoado pertencente a Pão de Açúcar e sem perspectivas de desenvolvimento.

Nossa reportagem procurou a assessoria de comunicação da Prefeitura para saber o valor do aluguel do imóvel onde a instituição se instalou e para saber também qual o valor da dívida com a Eletrobras. Por telefone, ainda na segunda-feira da semana passada, dia 25, a assessoria pediu que fosse enviado um e-mail com as perguntas. Passada uma semana, nossa reportagem não recebeu nenhuma mensagem com as respostas e as ligações para a assessoria não foram mais atendidas.