quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Mulheres são maioria e podem decidir eleições em Alagoas

Apesar de ainda serem minoria entre os candidatos a cargos eletivos, as mulheres representam a maioria do eleitorado alagoano e podem decidir as eleições. É o que mostram os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), referentes ao ano de 2013.

Segundo o TSE, em Alagoas elas representam 53,69% do eleitorado, enquanto os homens são 46,31% do total. Assim, de 1.937.151 eleitores alagoanos, as mulheres são 1.040.024, enquanto os homens são 897.127. Entre as que estão aptas a votar, a maioria está na faixa etária dos 25 aos 34 anos.

No Sertão do Estado, a situação não muda: as mulheres continuam sendo a maioria do eleitorado e, entre elas, a maior parte está nessa mesma faixa etária. Em Delmiro Gouveia, por exemplo, do total de 32.706 eleitores, elas representam 53,57%. Já os homens representam 46,43%.

Em Santana do Ipanema, as mulheres são 53,96% dos eleitores, enquanto os homens são 46,04%. Em São José da Tapera, também no Sertão, elas representam 52,7%, já eles somam 47,3%.

“Elas não votam de forma unificada, mas podem e vão decidir as eleições. Sempre houve um distanciamento das mulheres do cenário político, até por questões históricas, pois elas só adquiriram o direito de votar e de serem votadas após os homens. Mas isso tem mudado rapidamente. Por outro lado, foi necessário se criar uma lei para que pelo menos um terço das candidaturas seja ocupado por mulheres”, avalia o sociólogo Adalberon Júnior.

Além de poderem decidir as eleições em Alagoas por meio do voto, as mulheres devem ficar atentas ao que dizem os candidatos quando o assunto são as políticas públicas. “As mulheres enfrentam lá na ponta o resultado da má gestão e da falta de políticas públicas. Elas têm sim grande poder de cobrar mudanças, mas não existe ainda organização nesse sentido”, comenta o sociólogo.

“Quando o candidato ou candidata fala em melhorias para o serviço de saúde, ele ou ela deve ser cobrado para que diga quais são as estratégias para atender ao público feminino, como, por exemplo: ampliação da rede para realização de exames específicos das mulheres, como mamografia”, exemplificou Adalberon Júnior.

Em diversos municípios do Sertão de Alagoas, este exame não é oferecido pela rede pública local. Assim, quando precisam, as pacientes são encaminhadas para Arapiraca, na região Agreste. Nesse processo elas passam por alguns transtornos, como a viagem – geralmente num carro cedido pela prefeitura que sai de madrugada e só retorna à noite –, perdem um dia de trabalho, quando são empregadas, ou têm dificuldades para deixar os filhos pequenos com algum responsável.

É preciso que os candidatos digam também se pretendem ampliar os instrumentos da rede de proteção social focados no público feminino. Deve-se incluir na lista de cobranças, ainda, creches equipadas e geridas por profissionais adequados para que elas possam deixar os filhos pequenos e criação de oportunidades de emprego não só para elas, mas para seus maridos e filhos jovens.

Em muitos municípios de Alagoas, não há maternidades nem hospitais equipados para realização de partos. Por isso, num momento tão delicado, elas precisam ser encaminhadas, muitas vezes às pressas, para cidades que dispõem dessa estrutura.

Em outubro deste ano, portanto, as mulheres poderão eleger candidatos e candidatas mais compromissados com as políticas voltadas para o público feminino. É aguardar para ver.
Mulheres são maioria e têm mais poder para cobrar políticas públicas

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