sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Pariconha, Água Branca e Monteirópolis lideram ranking de eleitores analfabetos

Pariconha, no alto Sertão alagoano, lidera o ranking de municípios da região com o maior percentual de eleitores analfabetos, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O município tem 30,41% de analfabetismo entre as pessoas que deverão ir às urnas nas próximas eleições.

A liderança de Pariconha nessa área é ameaçada por Água Branca – município vizinho – que é o segundo no ranking de analfabetismo entre os votantes. Lá são 29,91% de eleitores que não sabem ler nem escrever. Em terceiro lugar, está Monteirópolis, com 29,45% de analfabetismo entre as pessoas acima de 16 anos de idade que deverão ir às urnas.

Já os municípios melhor colocados no índice de analfabetismo entre os eleitores, segundo o TSE, são Ouro Branco, com apenas 9,43%, Santana do Ipanema, com 10,18%, e Delmiro Gouveia, com 10,25%.

Por outro lado, do total de eleitores em Ouro Branco, 29,65% conseguem apenas ler e escrever, ou seja, podem ser considerados analfabetos funcionais. Em Santana do Ipanema, esse número é ainda maior: chega a 32,40% de eleitores analfabetos funcionais. Já em Delmiro Gouveia, o índice é de 20,31% dos que apenas conseguem ler e escrever.

Para o analista político Ronaldo Targino, o analfabetismo leva, entre outras coisas, à falta de conhecimento sobre as funções dos políticos quando eles são eleitos e à venda do voto.

“Essa é, para o sertanejo e mais ainda para os que são analfabetos, uma eleição de desconhecidos. Em geral eles não sabem quem são os candidatos nem qual função eles terão ao serem eleitos. Outro motivo é que o Sertão ainda tem poucos candidatos que representam a região. O voto ocorre pela indicação ou do prefeito ou dos vereadores, ainda de forma antiga, com o cadastro do eleitor, que vende seu voto”, avaliou o analista.

“A venda de voto ainda é comum no Sertão, e essa situação atinge principalmente os analfabetos, que não sabem nem querem saber quem são os candidatos. Alguns deles nem sabem que vender o voto, assim como comprar, é crime, apesar de todas as campanhas do TSE no rádio e na televisão sobre o assunto”, salientou Ronaldo Targino.

“Além da maior facilidade para serem influenciados ou ter o voto comprado, alguns analfabetos ainda têm mais chances de errar a digitação dos números na urna e, assim, anular o voto”, concluiu o analista.
Analfabetismo e compra de votos são comuns no Sertão de Alagoas (foto: Divulgação)

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